Polónia denuncia em Berlim "egoísmo de betão" dos países ocidentais
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, denunciou hoje em Berlim "o egoísmo de betão" de vários países ocidentais, entre os quais a Alemanha, pedindo sanções "esmagadoras" após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
"Hoje não é o momento de fazer prova do egoísmo de betão que vemos em certos países ocidentais, inclusive aqui na Alemanha, infelizmente", disse o governante polaco aos jornalistas depois de um encontro com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Citado pela agência France-Presse (AFP), o primeiro-ministro polaco disse que foi a Berlim "para abanar consciências, para abanar a consciência da Alemanha, para que eles [os alemães] se decidam finalmente a impor sanções verdadeiramente esmagadoras" contra a Rússia.
O chefe do Governo da Polónia qualificou, na quinta-feira, a agressão russa contra a Ucrânia como "barbárie" que "deve enfrentar a firme resistência de todo o mundo livre".
A Polónia, membro da NATO e da União Europeia, partilha com a Ucrânia uma fronteira de 535 quilómetros.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.