Notícias breves relacionadas com o conflito na Ucrânia
MOITA: Assembleia Municipal aprova duas moções de condenação à invasão da Ucrânia
A Assembleia Municipal da Moita, distrito de Setúbal, aprovou duas moções de condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia e de solidariedade com os ucranianos, um tema que provocou um aceso debate entre os deputados municipais.
A reunião decorreu durante o início da noite de sexta-feira e o princípio da madrugada de sábado, tendo sido aprovadas duas moções do PS e do PSD e rejeitada a proposta do grupo municipal da CDU.
Na apresentação do seu voto em defesa da paz e pelo fim da escalada de confrontação na Europa, a CDU disse expressar a sua profunda preocupação pelos graves desenvolvimentos na situação no Leste da Europa apelando ao urgente fim do conflito.
Esta iniciativa, que provocou um aceso debate, foi rejeitada com 18 votos contra (15 do PS, dois do Chega e um do CDS), uma abstenção do PSD e 11 votos a favor (nove da CDU e dois do Bloco de Esquerda).
O grupo municipal do PSD apresentou uma moção em solidariedade com a Ucrânia considerando a invasão em curso ilegal, ilegítima e imoral, tendo sido aprovada com 21 votos a favor (15 do PS, dois do Chega, dois do Bloco de Esquerda, um do PSD e um do CDS) e a abstenção dos nove deputados da CDU.
O PS apresentou uma moção de condenação da invasão da Ucrânia pela Rússia, considerando uma agressão intolerável a um estado soberano, que recebeu a aprovação da Assembleia Municipal com 21 votos a favor e nove abstenções.
Israel desloca pessoal diplomático na Ucrânia para lado polaco da fronteira
Israel deslocará o seu pessoal diplomático na Ucrânia para o lado polaco da fronteira, de onde atravessará diariamente para território ucraniano para continuar a retirada dos israelitas.
"O ministro dos Negócios Estrangeiros, Yair Lapid, deu instruções ao pessoal da embaixada israelita na cidade ucraniana ocidental de Lviv para se mudar para o lado polaco da fronteira", refere uma declaração do Ministério, acrescentando que a decisão foi tomada após uma análise da situação no terreno e tendo em conta a segurança dos diplomatas israelitas e a continuação do seu trabalho.
"O pessoal da embaixada atravessará diariamente a fronteira para a Ucrânia para continuar o seu trabalho diplomático e ajudar os cidadãos israelitas a deixar a Ucrânia", acrescentou a declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Esta mudança ocorre dias depois de, na segunda-feira, a embaixada na cidade de Kiev transferir as atividades para o consulado em Lviv, onde o pessoal tem vindo desde então a trabalhar para facilitar a saída de cidadãos israelitas através da fronteira terrestre para os países vizinhos.
A decisão de deslocar pessoal diplomático para fora da Ucrânia ocorre depois de um telefonema, realizado na sexta-feira, entre o primeiro-ministro israelita, Naftali Benet, e o presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, durante o qual Benet transmitiu o seu "apoio ao povo da Ucrânia nestes dias difíceis".
De acordo com os meios de comunicação israelitas, durante essa comunicação, Zelenski apelou a Israel para que mediasse entre a Rússia e a Ucrânia e solicitou que a cidade de Jerusalém acolhesse conversações de paz.
Governo dos Países Baixos vai enviar 200 mísseis Stinger terra-ar para a Ucrânia
O governo dos Países Baixos anunciou hoje que enviará 200 mísseis Stinger terra-ar para a Ucrânia "o mais depressa possível", em resposta a um pedido de Kiev para que lhes fornecessem artigos militares para reforçar a defesa contra as tropas russas.
Numa carta ao parlamento, a ministra da Defesa dos Países Baixos, Kajsa Ollongren, explicou que "foi feita uma revisão cuidadosa mas abreviada dos critérios para a exportação de armas, tendo em conta as circunstâncias excecionais" e foi decidido entregar à Ucrânia equipamento militar adicional "destinado à autodefesa contra ataques" da Rússia.
Os mísseis Stinger têm 1,5 metros de comprimento e pesam mais de 16 quilos, mas têm uma velocidade de 2.400 quilómetros por hora e podem ser utilizados em alvos num raio de até cinco quilómetros.
Estes mísseis somam-se a outros equipamentos prometidos por A Haia a Kiev, tais como 3.000 capacetes de combate e 2.000 coletes blindados, 30 detetores de metais e dois robôs de deteção de minas guiados por fios, dois radares de vigilância e cinco radares de localização de armas, bem como 100 espingardas de atiradores com 30.000 peças de munições.
Embora a entrega do primeiro pacote de equipamento militar tenha sido anunciada na sexta-feira da semana passada, o envio só começou hoje e os outros produtos "serão enviados o mais cedo possível, ainda que os Países Baixos, tal como outros países, enfrentem desafios logísticos" devido à situação no terreno na Ucrânia, salientou Ollongren.
O governo está também a procurar formas com as autoridades ucranianas de enviar uma equipa de resposta cibernética rápida para a Ucrânia. Esta equipa estava prevista para aterrar no país há dois dias, mas "os desenvolvimentos militares no terreno significaram que esta missão não poderia realizar-se".
LISBOA: Junta de Freguesia da Estrela recolhe bens para refugiados
A Junta de Freguesia de Estrela está a angariar bens de primeira necessidade para enviar para os deslocados da Ucrânia que estão na fronteira da Polónia, anunciou hoje a autarquia.
A comunidade da Estrela respondeu ao apelo de um grupo de cidadãos com a entrega de bens alimentares não perecíveis, agasalhos e artigos de higiene aos refugiados ucranianos.
A doação de bens decorre nas instalações da Junta de Freguesia, o que permitirá "continuar a enviar veículos com ajuda para a fronteira da Polónia com a Ucrânia".
SANTARÉM: Nersant disponibiliza-se para encontrar ofertas de emprego para ucranianos
A Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) informou o Governo da sua disponibilidade para encontrar junto dos seus associados ofertas de trabalho para refugiados ucranianos que cheguem ao país.
Em comunicado, a associação afirma estar disponível para desenvolver, junto das empresas da região suas associadas, "contactos e démarches para acolher e colocar nas empresas da região os recursos humanos de que carecem".
"Como é sabido, Portugal carece de mão-de-obra, em especial qualificada, e muitos destes cidadãos são portadores do conhecimento e do saber fazer", afirma a Nersant, salientando a carência de mão-de-obra qualificada no interior do país, como acontece nas regiões do Médio Tejo e da Lezíria, maioritariamente situadas no distrito de Santarém, "sendo este fator um forte entrave à competitividade" das empresas.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, disse ter dado instruções para que as embaixadas de Portugal na Ucrânia e nos países limítrofes concedam vistos imediatos para cidadãos ucranianos, estando o Governo numa "ação ativa" de "identificação de oportunidades de trabalho".