A Guerra Mundo

Zelensky diz que Ucrânia "quebrou o plano" russo ao terceiro dia de invasão

Foto do presidente ucraniano, registada a 17 de Fevereiro, antes da invasão da Rússia
Foto do presidente ucraniano, registada a 17 de Fevereiro, antes da invasão da Rússia

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu hoje que "quebrou o plano" da Rússia ao terceiro dia da invasão do seu país, pedindo aos russos que digam a Vladimir Putin para parar a guerra.

"Mantivemos a nossa posição e repelimos com sucesso os ataques inimigos. Os combates continuam em muitas cidades e regiões do país, mas... é o nosso exército que controla Kiev e as principais cidades ao redor da capital", disse Zelensky, num vídeo publicado no Facebook.

Volodymyr Zelensky assegurou que as Forças Armadas da Ucrânia "desviaram" o plano de ataque russo à capital, Kiev, contra o qual a Rússia usou "de tudo" para assaltá-la, utilizando combatentes, grupos de sabotagem e tropas aerotransportadas.

"Posso começar com a boa notícia: resistimos e estamos a repelir com sucesso os ataques inimigos. A luta continua em muitas cidades e regiões do nosso país. Kiev e as principais cidades ao à volta da capital são controladas pelo nosso exército", disse o Presidente ucraniano numa nova mensagem ao país, divulgada pelo Gabinete do Presidente, citado pela Efe.

"Os ocupantes queriam bloquear o centro do país e colocar fantoches (pró-russos) aqui, como em Donetsk. Desviámos a sua intenção e eles não obtiveram nenhuma vantagem sobre nós", acrescentou.

Segundo Volodymyr Zelensky, "a verdadeira batalha por Kiev continuou". "O inimigo usou de tudo contra nós: combatentes, grupos de sabotagem e tropas de desembarque. Os invasores atingiram áreas residenciais, procurando eliminar as instalações energéticas. As suas tácticas são muito vis", acrescentou.

Pelo menos 35 pessoas ficaram feridas na passada madrugada em Kiev, incluindo duas crianças, de acordo com o balanço feito pelo presidente da câmara, Vitali Klistchko, que também informou que um míssil russo atingiu um prédio de apartamentos no oeste da cidade, e negou a presença de tropas russas regulares na cidade, após uma noite de intensos combates e tentativas do exército russo em controlar a capital da Ucrânia.

Zelensky frisou, no seu discurso, que os combates continuam em muitas partes do país - como Sumy (nordeste), Kharkov (leste) ou Chernigov (norte) - e exortou todos os ucranianos a regressar à Ucrânia e defender seu país.

Em Donbas, de acordo com a Administração Estatal da região de Lugansk, o exército perdeu o controlo de Stanitsia Luganska, Krymske e Markivka, segundo a agência UNIAN.

O Ministério da Defesa da Rússia também garantiu hoje que as Forças Armadas russas garantiram o controlo total sobre a cidade de Melitopol, perto do Mar de Azov.

"Os militares russos estão a tomar todas as medidas para garantir a segurança dos civis e para excluir as provocações dos serviços especiais e nacionalistas ucranianos", refere um comunicado.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.