A Guerra Mundo

100 mil ucranianos entraram na Polónia desde quinta-feira

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O vice-ministro do Interior polaco, Pawel Szefernaker, disse hoje que 100 mil ucranianos atravessaram a fronteira para a Polónia desde o início da invasão russa, na quinta-feira.

"Desde o início das operações de guerra na Ucrânia e até hoje, ao longo de toda a fronteira com a Ucrânia, cem mil pessoas atravessaram a fronteira para a Polónia", disse Szefernaker aos jornalistas no posto fronteiriço de Medyka, no sul da Polónia, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

As declarações do governante surgem no mesmo dia em que a agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) disse que o número de refugiados já ultrapassou os 120 mil.

De acordo com a vice-alta comissária do ACNUR, Kelly Clements, os ucranianos estão principalmente a fugir para a Polónia e para a Moldávia, mas também para a Roménia, Eslováquia e Hungria.

"Vemos agora mais de 120 mil pessoas que foram para todos os países vizinhos; a receção que estão a ter das comunidades locais, das autoridades locais, é tremenda, mas é uma situação dinâmica, e estamos muito devastados, obviamente, com o que vem a seguir", disse Kelly Clements em entrevista à CNN, na qual vincou que a situação deverá piorar nos próximos dias.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.