O choro dos inocentes
Entre os sons da guerra destaca-se o que deriva da timidez ocidental
Boa noite!
A timidez revelada por vários quadrantes do Ocidente, como se a invasão de um Estado soberano fosse coisa pouca, semeia a descrença. Já sabíamos que nos faltavam líderes determinados, mas o absurdo das sanções simbólicas e ridículas, anunciadas depois de reuniões repetitivas, revelam o medo dos aliados e agigantam o agressor.
Não admira que a frase do dia surja em jeito de pergunta incrédula: "Como é que vocês se vão defender, se são tão lentos a ajudar a Ucrânia?", perguntou Volodymyr Zelensky, numa comunicação a jornalistas internacionais, em que criticou a resposta europeia à invasão russa em curso.
No silêncio da nossa noite em tons de azul e amarelo, enquanto alguns se divertem num Carnaval sem nexo, ecoam os sons da guerra, entre os quais, o mais dilacerante, o choro das crianças ucranianas que se despedem dos pais obrigados a pegar em armas enquanto perguntam às mães se vão morrer.