São Petersburgo lamenta perda da organização da final da 'Champions'
O comité organizador da final da Liga dos Campeões de futebol, prevista para São Petersburgo, lamentou hoje a mudança do evento para Paris, justificada pela UEFA com "motivos de segurança" depois da operação militar da Rússia na Ucrânia.
"Lamentamos a transferência da final da Liga dos Campeões 2021/22. O comité organizador e as autoridades da cidade estavam prontos para esta grande festa do futebol ao mais alto nível para dezenas de milhares de fãs de todo o mundo", referiu a entidade.
Depois das finais de 2020 e 2021 terem sido realocadas, para Lisboa e para o Porto, respetivamente, devido à pandemia da covid-19, que impediu de serem realizadas em Istambul, o desafio que vai coroar o campeão europeu volta a mudar de palco.
"Os preparativos para a final estavam em andamento, todas as questões de infraestrutura e organização estavam prontas. A Rússia provou ser um organizador impecável de gigantescos eventos desportivos internacionais e um parceiro confiável para federações mundiais. Durante vários anos de preparação para a final da Liga dos Campeões, atendemos a todas as exigências e desejos da UEFA", reforçou o organismo.
Esta reação segue-se à do Kremlim, que qualificou de "lamentável" esta decisão da UEFA, considerando que São Petersburgo "poderia ter oferecido condições ideais para a realização de um festival de futebol".
Um dia depois de ter condenado "veementemente a invasão militar", a UEFA reuniu o comité executivo para avaliar a situação na Ucrânia, decidindo retirar à Rússia a organização da final da 'Champions', marcada para 28 de maio.
O estádio que acolheria a final em São Petersburgo tem o nome do gigante da energia Gazprom, um dos principais patrocinadores da UEFA desde 2012.
O organismo regulador do futebol europeu decidiu também hoje que "os clubes e as seleções nacionais da Rússia e da Ucrânia disputem os seus jogos em casa em campos neutros, até novas indicações".
A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.