Letónia está disponível para acolher Governo ucraniano em caso de exílio
A Letónia está disposta a acolher um eventual Governo ucraniano no exílio, se for obrigado a deixar Kiev por causa da invasão russa, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Edgars Rinkevics.
Na pior cenário, se os líderes políticos ucranianos tiverem de deixar o país porque Kiev caiu nas mãos das tropas russas, a Letónia está disposta a assumir o papel de anfitrião do Governo no exílio, disse Rinkevics.
"Se o Governo ucraniano tiver de sair de Kiev, lutará de qualquer lugar do país. Mas se os líderes legítimos da Ucrânia tiverem de sair temporariamente, a Letónia está pronta para recebê-los", disse Rinkevics, que espera que esta seja apenas uma hipótese teórica.
Rinkevics visitou a Ucrânia esta semana e saiu deste país por estrada, na quinta-feira, após o início da guerra, tendo manifestado a sua satisfação por ter podido viajar para Kiev na quarta-feira, ao mesmo tempo em que um avião com mísseis antiaéreos Stinger doados pela Letónia chegava à capital ucraniana.
O chefe da diplomacia da Letónia disse que o seu país, bem como outros países da NATO, estão a estudar como fornecer equipamento militar à Ucrânia, agora que o espaço aéreo na região fechou.
Rinkevics disse ainda que a Letónia necessita de mais sistemas de defesa antiaérea e de vigilância marítima para a defesa naval do Báltico, tarefa que partilha com a Suécia, que aumentou a sua presença militar na ilha de Gotland.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Letónia defendeu que, para melhorar a segurança dos países bálticos, a NATO precisa abordar a questão do policiamento do chamado Suwalki Gap, uma faixa na fronteira da Lituânia com a Polónia, que se estende da Bielorrússia ao enclave russo de Kaliningrado.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.