Venezuela pede resolução da crise e condena sanções contra a Rússia
A Venezuela apelou hoje a uma resolução pacífica do conflito Rússia-Ucrânia, após a ofensiva militar russa de quinta-feira em várias localidades ucranianas, e acusou a NATO e os EUA de violarem os acordos existentes.
Num comunicado divulgado em Caracas, a Venezuela disse ainda condenar as sanções internacionais contra a Rússia, por afetarem os direitos humanos do povo russo.
"A República Bolivariana da Venezuela, em conformidade com a sua diplomacia constitucional de paz, faz os seus melhores votos para a resolução pacífica deste conflito, rejeitando ao mesmo tempo a aplicação de sanções ilegais e ataques económicos contra o povo russo, que afetam maciçamente o gozo dos seus direitos humanos", afirmou um comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelano.
O documento começou por expressar a preocupação da Venezuela "com o agravamento da crise na Ucrânia, e lamenta o escárnio e a violação dos Acordos de Minsk pela NATO, promovidos pelos Estados Unidos da América".
Segundo Caracas, "o descarrilamento destes acordos tem violado o direito internacional e gerado fortes ameaças contra a Federação Russa, a sua integridade territorial e soberania, assim como [tem] impedido as boas relações entre países vizinhos".
Por outro lado, "a Venezuela apela ao retomar do caminho do entendimento diplomático através de um diálogo eficaz entre as partes envolvidas no conflito, para evitar uma escalada, reafirmando os mecanismos de negociação contemplados na Carta das Nações Unidas, a fim de preservar a vida e a paz dos habitantes desses países e a estabilidade da região".
O Protocolo de Minsk foi assinado em 5 de setembro de 2014, pela Rússia, Ucrânia e representantes das repúblicas de Donetsk e Lugansk, com o propósito de terminar com o conflito entre separatistas pró-russos e combatentes ucranianos, no leste da Ucrânia.
O Protocolo foi auspiciado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Por outro lado, a oposição venezuelana tem insistido em condenar o apoio de Caracas à Rússia e as alegadas intenções russas de usar a Venezuela com fins bélicos para pressionar os Estados Unidos.
"Condenamos as pretensões da Rússia de usar o território venezuelano com fins bélicos, tal como já denunciámos", disse o líder opositor Juan Guaidó em um comunicado.
Em nome da oposição venezuelana, Guaidó solidarizou-se com os ucranianos e com o Presidente Zelensky "após a injustificável e atroz invasão militar perpetrada pelo Presidente Putin, apoiada pela ditadura de Nicolas Maduro," Presidente da Venezuela.
Em 13 de janeiro, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, disse à televisão RTVI TV que não excluia a possibilidade de enviar equipamento militar para Cuba e para a Venezuela, perante o aumento da pressão dos EUA sobre a Rússia.