“A maioria PSD/CDS esquece que as mudanças do clima afetam todos de uma forma geral, mas tendem a atingir de forma desastrosa as regiões cujos governos escondem a pouca ação atrás de propaganda.” Esta frase foi dita por Silvia Silva na Assembleia Legislativa, vinda de uma deputada do PS Madeira que não se cansa de condenar e criticar quase todas as ações do Governo Regional da Madeira em matéria de clima e alterações climáticas, mas que se recusa a olhar para dentro de casa.

Silvia Silva tem a mania de que é a salvadora da Pátria, dos bons costumes e está sempre a bater na mesma tecla, de que é preciso encarar a transição ecológica e o combate às alterações climáticas como uma prioridade, considerando que esta questão tem de ser muito mais do que uma propaganda do Governo Regional e que tem de estar na agenda política, com efeitos práticos na vida dos cidadãos.

Esta prosa, que não passa de uma mensagem populista, vinda de uma deputada do PS é de uma incongruência absurda. Silvia Silva parece que não tem telhados de vidros em casa, pela forma como, constantemente, está a atirar pedras para o lado da coligação PSD/CDS, esquecendo que Portugal continental, que tem o PS no poder há demasiados anos, atravessa uma profunda e preocupante seca.

Todavia, e ao contrário da propaganda de Silvia Silva, considero que não se podem imputar simplesmente responsabilidades aos governos ou a quem está nos cargos políticos nas questões de alterações climáticas. É uma responsabilidade de todos nós cidadãos, que temos a obrigação de contribuir para minimizar os efeitos colaterais das alterações climáticas, que se refletem por exemplo na escassez de água potável no nosso País.

Responsabilizando os bodes expiatórios do costume, Silvia Silva afronta a inteligência dos madeirenses, porque passa diariamente atestados de incompetência ao Governo pela política global climática, por aquilo que faz, não faz ou deveria fazer. Está no seu pleno direito, de apresentar discursos redondos, fundamentalistas e recheados de críticas para convencer o eleitorado, mas não deixa de ser uma política baixa.

Silvia Silva lá terá, certamente, a sua base de apoio, mas criticar por criticar, será sempre atentatório, quando dentro de casa em termos de combate às ações climáticas o País, que é liderado pelo seu PS, pouco tem feito para sensibilizar a população para um problema que é de todos.

Alexandra Teixeira