Há gente que precisa de nós
Da Ucrânia chegam apelos que exigem gestos concretos
Boa noite… mesmo que para muitos seja dolorosa e irremediavelmente passada em claro, seja nos abrigos improvisados nas entranhas de Kiev ou num qualquer quarto de hotel madeirense.
Os olhos ardem. As imagens da impotência chocam. A lenta e humilhante reacção efectiva dos aliados gera incerteza. A fuga à morte é desesperante.
A guerra lançada pela calada da noite, cobarde como sempre, deixa-nos apreensivos. Não por ser surpreendente. Antes pela facilidade não sancionada com que se rasgam tratados e se subvertem valores. Não só por ser inconcebível. Mas por revelar passividade colectiva numa Europa nem sempre unida em defesa dos mais frágeis, mesmo depois de tantas ameaças inimigas. Não só por ser penalizadora das tímidas economias, ainda em retoma após dois anos pandémicos. Mas por aniquilar de vez o futuro de todos quantos não vão resistir à lei do mais forte.
Os níveis de insanidade dos poderosos voltam a perturbar a humanidade. Só que importa dar a volta à fatalidade e nesta hora em que mais de 100 mil já tiveram que deixar já o conforto do lar, em que dezenas já perderam a vida e em que milhões por todo o mundo se revoltam contra Putin, há apelos escritos em cartazes ou nas redes sociais que exigem resposta enérgica.
O madeirense poeta da paz lembra que neste momento são necessários gestos concretos capazes de devolver aos ucranianos o que a guerra já tirou. A consternação deve por isso dar lugar ao empenho em várias frentes. Para que nenhuma criança fique órfã, para que nenhuma família fique sem pão, para que os refugiados sejam tratados com dignidade e para que nenhum povo seja obrigado a deixar de novo o lugar onde quer viver.
Não lavemos as mãos. Não encolhamos os ombros. Não finjamos que nada podemos fazer. Aprendamos com um dos russos que corre mundo.
Às vezes basta um pequeno gesto.