MNE da UE reúnem-se na sexta-feira em Bruxelas para adoptar sanções
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúnem-se na sexta-feira em Bruxelas para adotar o novo pacote de sanções contra a Rússia que os líderes dos 27 decidirem hoje à noite, revelou o Alto Representante Josep Borrell.
"As [novas] sanções já foram mais ou menos acordadas pelos representantes permanentes dos Estados-membros, agora devem ser decididas pelos líderes, e amanhã [sexta-feira] serão formalmente aprovadas pelo Conselho de Negócios Estrangeiros, sob minha proposta, pois, como sabem, sanções são uma competência do Conselho", disse o chefe da diplomacia da UE, à chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas.
O Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança escusou-se a "entrar em detalhes" sobre a proposta de sanções à Rússia que os chefes de Estado e de Governo dos 27 vão hoje analisar numa cimeira extraordinária em Bruxelas, como reação à invasão da Ucrânia na última madrugada, mas garantiu que se trata de "um pacote forte".
"Não posso entrar em detalhes. Não posso dizer quem vai estar ou não [na lista]. Novas pessoas serão incluídas, também da Bielorrússia. É um pacote complexo, que abrange os setores económico, tecnológico, dos transportes, da inovação, e haverá mais sanções no setor financeiro e uma lista ampliada de individualidades" alvo de medidas restritivas, avançou ainda assim.
"Vamos pôr seguramente um pacote forte sobre a mesa. Cabe aos chefes de Estado e de Governo decidirem, e a mim, amanhã [sexta-feira], ir ao Conselho e fazer com que os ministros o aprovem por unanimidade", disse Borrell.
Fontes europeias indicaram à Lusa que a reunião deverá ter início às 15:00 locais (14:00 de Lisboa), e Portugal estará representado pelo ministro Augusto Santos Silva.
Os líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro português, António Costa, discutem hoje, num Conselho Europeu extraordinário, a adoção de um novo pacote de sanções da UE à Rússia, que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já prometeu que serão "pesadas".
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.