“Se a Ucrânia desaparecer do mapa, quem será depois o próximo país a desaparecer?”
Maxim Taraban, músico na OCM, considera que esta guerra é o resultado do mundo ter ‘engolido’ a invasão da Crimeia em 2014
Natural da Ucrânia, Maxim Taraban, músico na Orquestra Clássica da Madeira, reforça que “a guerra na Ucrânia não começou hoje. A guerra na Ucrânia começou em Fevereiro de 2014 com a invasão e anexação da Crimeia” começa por assinalar o ucraniano com nacionalidade portuguesa. Lembra que nessa altura “o mundo ‘engoliu’” a acção ordenada por Putin. “Até os Estados Unidos [da América] ficou calado”, reforça.
Apesar de acompanhar de longe o evoluir do ataque russo, diz que “a situação é muito complicada”, mas entende que o risco não é circunscrito apenas aos residentes na Ucrânia, por antever que este conflito é também um aviso para “a insegurança no mundo. Nada é seguro nos dias de hoje. O que está a acontecer na Ucrânia é a prova que quando alguém mais forte quiser conquistar território é só avançar”, manifesta, em jeito de crítica velada à Europa.
Mais do que nunca Maxim Taraban não tem dúvidas que as grandes potências só defendem os seus interesses, quando refere que “alguns países podem fazer o que quiserem” porque “o resto do mundo fica calado”.
Para este cidadão luso-ucraniano, o ataque que hoje visa a Ucrânia, amanhã poderá atingir qualquer outro país, até mesmo Portugal. Fundamenta a apreensão ao questionar: “Se a Ucrânia desaparecer do mapa, quem será depois o próximo país a desaparecer?”.
Não tem dúvidas que a ideia da Rússia é fazer desaparecer a Ucrânia, fazer que não exista como país, por ser democrático – dos poucos da antiga União Soviética.
Embora apreensivo com o cenário de guerra instalado, confessa que “moralmente estava preparado. E estou preparado desde 2014”, sublinha. Por isso foi sem surpresa o início oficial da guerra há muito declarada.
Lamenta agora que a Ucrânia no passado se tenha livrado da sua arma nuclear e em troca não tenha recebido a protecção devida.