Russos estão a tentar controlar central nuclear de Chernobyl
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que as forças russas estão a tentar tomar o controlo da central de Chernobyl, local do maior acidente nuclear da história, publicou hoje no Twitter.
Numa publicação na rede social Twitter citada pela Associated Press (AP), Zelensky disse que os ucranianos "estão a dar as suas vidas para que a tragédia de 1986 não se repita", acrescentando que as ações russas são "uma declaração de guerra contra toda a Europa".
Um conselheiro do ministério do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko, já tinha afirmado que havia registo de combates perto do depósito de resíduos nucleares de Chernobyl, a que a Rússia chegou a partir da Bielorrúsia.
"As tropas dos ocupantes entraram desde a Bielorrússia na zona da central de Chernobyl. Os membros da guarda nacional que protegem o depósito estão a resistir obstinadamente", escreveu o conselheiro na rede social Telegram, citado pela agência France-Presse (AFP).
A central de Chernobyl foi alvo do maior acidente nuclear de que há registo, que ocorreu em abril de 1986, quando a Ucrânia ainda fazia parte da União Soviética, e obrigou à despovoação da cidade de Pripyat e outras localidades circundantes e à constituição de uma zona protegida.
O reator que explodiu foi coberto por um abrigo, de forma a prevenir fugas de radiação, tendo o resto da central nuclear sido desativada.
Já em Kiev, cerca de 130 quilómetros a sul de Chernobyl, o presidente da Câmara local, Vitaly Klitschko, anunciou a imposição de um recolher obrigatório com o objetivo de preservar "a segurança" dos habitantes depois da invasão russa da Ucrânia.
"O recolher obrigatório durará das 22:00 às 7:00", acresentou o presidente num comunicado, precisando que os transportes públicos não vão mais funcionar durante esse período, mas que as estações de metro deverão permanecer abertas para servirem de de abrigo no caso de ataques.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.