A Guerra País

Rússia merece "condenação sem ses, nem mas" afirma Augusto Santos Silva

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O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, condenou hoje, "sem ses, nem mas", a "invasão militar" da Rússia a um Estado independente e lamentou as "dezenas e dezenas" de vidas já perdidas neste conflito.

Numa audição no Parlamento, o chefe da diplomacia portuguesa fez uma condenação veemente do ataque russo e disse que esta é "a maior crise de segurança por que a Europa passa desde a II Guerra Mundial".

"Lamento e consternação pelas vidas que já foram perdidas", manifestou Santos Silva, adiantando que já há informação de "dezenas e dezenas de pessoas que perderam a vida".

O ministro sublinhou que a ação da Rússia contra a Ucrânia "tem que ser bem caracterizada" e é "uma invasão militar com intuitos de ocupação", com a "violação ostensiva das regras internacionais e da carta das Nações Unidas"

Este ato de "agressão intolerável, inaceitável para a comunidade internacional" merece por isso a "condenação sem ses, nem mas", sublinhou Santos Silva, numa sessão da Comissão Permanente do Parlamento para debater o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Na sua intervenção na abertura do debate, o ministro deu ainda atenção ao povo ucraniano, manifestando solidariedade a todos os cidadãos e, "sobretudo, aos mais de 28 mil ucranianos que vivem em Portugal, que não mereciam ver os seus familiares, amigos, vizinhos, a passar por esta barbárie".

Santos Silva reiterou ainda a disponibilidade de Portugal para acolher familiares e amigos dos cidadãos ucranianos a viver em Portugal e outros refugiados que resultem desta crise na Ucrânia.

O ministro português também exigiu mais uma vez à Rússia que faça recuar as suas tropas e "cesse este ato de agressão".

A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.