A Guerra Mundo

Clareira no espaço aéreo vai aumentar

Interdição na Ucrânia, estende-se à Moldávia e à Bielorrússia, com Kiev a pedir também que a Turquia feche a porta aos russos

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Ryanair cancela ligações aéreas com a Ucrânia por pelo menos 14 dias

Desde esta manhã que o espaço aéreo ucraniano se encontra fechado a todos os voos comerciais, uma clareira que tende a aumentar.

A decisão de fechar o espaço aéreo ucraniano a voos civis foi tomada pelo governo de Volodymyr Zelensky durante a madrugada desta quinta-feira. O regulador europeu alerta ainda para o perigo de sobrevoar a fronteiras da Rússia e da Bielorrússia, devido às atividades militares.

No site dos serviços de controlo de tráfego aéreo da Ucrânia, o espaço aéreo foi fechado às 00:45 (hora portuguesa), 2:45 em Kiev, desta quinta-feira.

A clareira é bem visível na plataforma Flight Radar, como demos conta esta manhã.

Autoridades moldavas encerram espaço aéreo

As autoridades da Moldávia anunciaram hoje que encerraram o seu espaço aéreo e que também pediram ao Parlamento a introdução do estado de emergência no país, após a invasão da vizinha Ucrânia pela Rússia.

A Presidente da Moldávia, Maia Sandu, declarou hoje que o Conselho de Segurança Supremo do país decidiu pedir ao Parlamento que vote pela introdução do estado de emergência após o ataque da Rússia à Ucrânia.

Maia Sandu disse que o ataque da Rússia à Ucrânia é uma "flagrante violação das normas internacionais".

A presidente pediu aos cidadãos moldavos na Ucrânia que regressem a casa. A Moldávia, uma ex-República soviética e uma das nações mais pobres da Europa, tem uma população de cerca de 3,5 milhões e não é membro da NATO.

Existem agora preocupações na Moldávia de que o conflito no país vizinho possa desencadear um fluxo de refugiados. Sandu disse que "nos pontos de passagem de fronteira com a Ucrânia há um aumento no fluxo do tráfego".

A Presidente moldava acrescentou que o país vai "ajudar as pessoas que precisarem".

"Neste momento, estamos prontos para acomodar dezenas de milhares de pessoas", declarou a Presidente moldava.

"O espaço aéreo foi encerrado às 12:00, horário local (10:00 em Lisboa). Os voos serão desviados para outros aeroportos", escreveu o vice-primeiro-ministro, Andrei Spinu, também ministro das Infraestruturas e Desenvolvimento Regional, na rede social Telegram.

O vice-primeiro-ministro moldavo justificou a decisão pela "situação na região".

De acordo com a Reuters, também a Bielorrússia decidiu fechar parte do seu espaço aéreo à aviação comercial.

Kiev pede à Turquia que encerre espaço aéreo

As autoridades ucranianas pediram ao Governo turco que encerre aos russos o seu espaço aéreo e o acesso aos Estreitos do Bósforo e Dardanelos, em resposta ao ataque lançado por Moscovo contra a Ucrânia.

"Pedimos à Turquia que encerre o seu espaço aéreo aos aviões russos e os estreitos de Dardanelos [une o mar Egeu ao mar de Mármara] e do Bósforo [liga o Mar Negro ao Mediterrâneo] aos navios russos", pediu o embaixador ucraniano em Ancara, Vasly Bodnar, durante uma intervenção na televisão turca.

O diplomata pediu apoio à Turquia nestes "tempos difíceis".

Bodnar também pediu a Ancara que imponha sanções à Rússia e congele os ativos económicos russos.

"Também é importante para nós que tenhamos armas e apoio para nossa defesa. O apoio financeiro e humanitário também é importante", declarou o embaixador ucraniano.

A Turquia ainda não comentou o ataque russo, mas o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, convocou uma reunião de emergência com os ministros do Interior e da Defesa, o Estado-Maior e os serviços de informação turcos.

A passagem de navios de guerra pelo Bósforo e Dardanelos é regulamentada pela Convenção de Montreux de 1936, que limita o número e o tamanho dos navios de guerra de países que não tem costa no Mar Negro, além de exigir um aviso prévio de 15 dias.

Estas disposições só se aplicam em tempos de paz. Em tempos de guerra, se a Turquia decidir permanecer neutra, nenhum navio militar de um país envolvido no conflito poderá passar pelo Bósforo ou pelos Dardanelos, exceto para retornar ao seu porto.

Ryanair cancela ligações aéreas com o país por pelo menos 14 dias

A Ryanair já fez saber que cancelou todos os voos de e para a Ucrânia por "pelo menos 14 dias", após o início da ofensiva russa naquele país e o encerramento do seu espaço aéreo.

A companhia aérea irlandesa manteve todas as suas ligações com aeroportos ucranianos até quarta-feira, mas tomou esta decisão após o início da ofensiva russa naquele país e o encerramento do seu espaço aéreo, segundo uma nota publicada na sua conta oficial no Twitter.

A companhia aérea de baixo custo ('low cost') indicou que também suspendeu a venda de bilhetes de e para a Ucrânia por pelo menos quatro semanas, até obter mais informações das agências de segurança da União Europeia (UE).

Na mesma nota, a companhia aérea enfatizou que "continua comprometida" com os "serviços" que oferece na Ucrânia e que "deseja restaurar" aqueles voos "assim que for seguro fazê-lo".