A Guerra Madeira

Albuquerque admite que operações com Kiev e Moscovo serão afectadas

São cerca de 413 os cidadãos russos e 328 ucranianos a residir na Madeira

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Foto Eugénio Perregil

"A primeira implicação vão ser as operações que nós temos de Kiev e Moscovo", disse o presidente do Governo Regional em declarações aos jornalistas sobre a guerra na Ucrânia.

"Temos uma operação, no sábado, de voo directo de Kiev, que é a operação temos com a Ucrânia e temos uma operação que iniciámos há pouco tempo, que  é o voo directo de Moscovo. Isso pode ter implicações, no caso da Ucrânia com o encerramento do espaço aéreo e, no caso Moscovo, com eventuais sanções", elaborou Miguel Albuquerque, que falava à margem da apresentação do novo grafismo da revista Islenha, na Quinta Magnólia.

De resto, sobre o conflito, o chefe do governo madeirense manifestou a esperança que este "termine o mais rapidamente possível, no sentido de retomarmos a esta normalidade".

"As pessoas que têm vindos cá, quer os cidadãos russos, quer os ucranianos, são muito simpáticos, são pessoas muito afáveis e tem sido importante para o nosso Turismo. Nada têm a ver com os regimes políticos", vincou o presidente do Governo Regional, recordando os números já avançados pelo secretário do Turismo. 

Guerra "naturalmente que afecta" o Turismo na Madeira

Em causa estão as ligações com a Rússia e a Ucrânia previstas até Outubro; neste momento há 220 cidadãos da Ucrânia e 189 da Rússia em território regional

Quanto ao número de residentes apontou que "são cerca de 413 os cidadãos russos e 328 ucranianos a residir na Madeira".

Relativamente às comunidades russas e ucranianas na Região, o líder do governo frisa que estas "estão completamente integradas" na nossa sociedade. No sentido inverso, diz que, neste momento não tem informação de madeirenses a residir naqueles países.

Sobre as questões que irá levar à reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, na qual vai participar, ao meio dia, Miguel Albuquerque chama a atenção para as fragilidades da Europa que este conflito vem colocar em evidência.

Presidente do Governo Regional participa no Conselho Superior de Defesa Nacional

"O Presidente do Governo Regional vai participar, via videoconferência, a partir da Quinta Vigia, na reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, a ter lugar pelas 12 horas, destinada a debater o conflito entre a Rússia e a Ucrânia", anuncia o Gabinete de Miguel Albuquerque.

"Esta acção agressiva e expansionista do líder russo vem alertar, mais uma vez, para aquilo que eu sempre disse: a necessidade da Europa se manter unida e de reforçar a Aliança Atlântica, ou seja, a ligação com os Estados Unidos", sublinhou. 

Por outro lado, salienta que a guerra "veio pôr na ordem do dia dois factores de grande vulnerabilidade, que é a necessidade da Europa ter um mercado único de energia e não ficar dependente no Nord Stream (a ligação ao gás russo), uma vez que cria uma vulnerabilidade estratégica da Europa a regimes que não são propriamente amigos das democracias; e a necessidade da Europa começa a ter uma politica de segurança e defesa em união".

O líder do governo disse ainda que Portugal pode ter "um papel decisivo" neste conflito enquanto membro da NATO.

Sobre eventuais sanções a vistos gold atribuídos a cidadãos russos, Albuquerque esclarece que a existir as mesmas "não terão efeito retractivos".