Operação militar russa gera reacções em larga escala
O anúncio do Presidente russo, Vladimir Putin, de uma "operação militar" lançada hoje na Ucrânia, seguida de explosões em várias cidades ucranianas, provocou uma reação generalizada em todo o mundo.
- Ucrânia -
"As pacíficas cidades ucranianas estão a ser atacadas. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia irá defender-se e vencer. O mundo pode e deve deter Putin. Agora, está na hora de agir", escreveu na rede social Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kouleba.
- Estados Unidos -
O Presidente dos EUA, Joe Biden, denunciou o "ataque injustificado" da Rússia à Ucrânia.
"O Presidente Putin decidiu [lançar] uma guerra premeditada que resultará em sofrimento humano catastrófico e em perdas", afirmou Biden. "Só a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque irá causar", insistiu, assegurando que "o mundo responsabilizará a Rússia".
- ONU -
O conflito liderado pela Rússia na Ucrânia "tem de acabar agora", defendeu o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.
"Presidente Putin, em nome da humanidade faça regressar as suas tropas à Rússia", disse o chefe da ONU, visivelmente abalado com o anúncio de uma operação militar russa na Ucrânia, em plena sessão do Conselho de Segurança. "Este é o momento mais triste do meu mandato como secretário-geral da ONU", acrescentou.
- União Europeia -
"Condenamos veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia. Nestas horas escuras, os nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as suas inocentes mulheres, homens e crianças que enfrentam este ataque não provocado e temem pelas suas vidas", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
- França -
"A França condena veementemente a decisão da Rússia de fazer guerra à Ucrânia", disse hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, apelando a Moscovo para que "coloque imediatamente termo às suas operações militares".
"A França é solidária com a Ucrânia. Apoia os ucranianos e atua com os seus parceiros e aliados para travar a guerra", acrescentou o chefe de Estado em duas publicações na rede social Twitter.
- Alemanha -
O chanceler alemão, Olaf Scholz, classificou a operação militar russa como "uma clara violação" do direito internacional.
- NATO -
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, condenou hoje o "ataque imprudente e não provocado" da Rússia à Ucrânia, avisando que este colocava "inúmeras" vidas em risco.
"Condeno veementemente o ataque imprudente e não provocado da Rússia à Ucrânia, que coloca em risco inúmeras vidas civis. Mais uma vez, apesar dos nossos repetidos avisos e esforços incansáveis na diplomacia, a Rússia escolheu o caminho da agressão contra um país soberano e independente", sublinhou.
"Os aliados da NATO reunir-se-ão para abordar as consequências das ações agressivas da Rússia. Estamos com o povo ucraniano neste momento terrível. A NATO fará o que for preciso para proteger e defender os aliados", acrescentou.
- Japão -
O ataque russo à Ucrânia "abala os alicerces da ordem internacional", disse hoje o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
"Condenamos veementemente a Rússia. Vamos coordenar esforços com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, e reagir rapidamente" à situação, disse Kishida aos jornalistas após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional.
- Nova Zelândia -
O Governo da Nova Zelândia condenou hoje o ataque "injustificado" da Rússia à Ucrânia e disse que está a falar com outros países para emitir uma "resposta conjunta".
"A Nova Zelândia condena inequivocamente este ataque não provocado e injustificado da Rússia à Ucrânia", escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta, na rede social Twitter.
"A Nova Zelândia apoia o povo da Ucrânia e estamos em estreito contacto com os nossos parceiros internacionais para emitir uma resposta conjunta", acrescentou.
- Itália -
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, condenou hoje o ataque da Rússia à Ucrânia, classificando-o de "injustificado e injustificável".
"A Itália está próxima do povo e das instituições ucranianas neste momento dramático", acrescentou, em declarações aos jornalistas.
Draghi afimou estar "a trabalhar com aliados europeus e da NATO para responder imediatamente, com unidade e determinação".
- China -
A China disse hoje que uma solução pacífica para a crise ucraniana é "ainda possível", depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter avançado com uma operação militar na Ucrânia.
"A China acredita que a porta para uma solução pacífica da crise ucraniana ainda não foi completamente fechada, e não deve ser fechada. Saudamos todos os esforços que possam ajudar a resolver isto através dos canais diplomáticos", disse o embaixador chinês nas Nações Unidas, Zhang Jun, durante uma reunião do Conselho de Segurança, segundo um comunicado da missão diplomática na ONU.
Segundo Zhang, "a situação está num momento crucial", mas todas as partes envolvidas devem "exercer contenção" e "evitar uma nova escalada de tensões".
- Espanha -
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, condenou hoje a agressão da Rússia contra a Ucrânia e garantiu que continua em contacto "estreito" com os parceiros da União Europeia e da NATO para coordenar a resposta.
Numa publicação na rede social Twitter, Sánchez também enviou uma mensagem de solidariedade de Espanha. "O Governo de Espanha condena a agressão da Rússia contra a Ucrânia e mantém-se solidário com o Governo e o povo ucraniano", escreveu.
"Mantenho-me em estreito contacto com os nossos parceiros e aliados na União Europeia e na NATO para coordenar a nossa resposta", concluiu.
- Índia -
A Índia disse estar "atenta à situação" na Ucrânia após o ataque russo, evitando condenar a ação de um aliado estratégico na defesa e no equipamento militar, e anunciou que o foco do país estava em garantir a segurança dos seus nacionais.
"Estamos a acompanhar de perto a evolução da situação. O foco é a segurança dos indianos, especialmente dos estudantes", disseram as autoridades indianas em comunicado.
O representante permanente da Índia junto da ONU, TS Tirumurti, disse hoje no Conselho de Segurança que a Índia "lamenta" o fracasso das iniciativas de diálogo entre a Rússia e a Ucrânia.
"Manifestamos a nossa profunda preocupação com desenvolvimentos que, se não forem tratados com cuidado, poderão minar a paz e a segurança na região. Apelamos à desescalada imediata e à abstenção de qualquer ação que possa contribuir para agravar a situação", disse Tirumurti.
Cerca de 20.000 indianos residem na Ucrânia, disse o representante na ONU, dois dias após a Índia ter iniciado esforços para retirar os seus cidadãos da Rússia.
- OSCE -
O presidente em exercício da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Zbigniew Rau, e a secretária-geral da organização, Helga Schmid, condenaram hoje a Rússia pelo seu ataque à Ucrânia e apelaram a Moscovo para que cessasse imediatamente as hostilidades.
"Condenamos veementemente a ação militar da Rússia contra a Ucrânia. Este ataque à Ucrânia põe gravemente em perigo a vida de milhões de pessoas e constitui uma grave violação do direito internacional e dos compromissos da Rússia", afirmaram em comunicado.
"Apelamos à cessação imediata de todas as atividades militares", acrescentam os dirigentes.
A OSCE, que foi criada durante a Guerra Fria para promover o diálogo entre blocos, tem 57 estados membros, incluindo a Rússia, Ucrânia, EUA e todos os estados membros da União Europeia (UE).
- Países Baixos -
O Ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Wopke Hoekstr, defendeu uma "forte condenação" da ofensiva russa na Ucrânia e afirmou que Moscovo "pagará um preço pesado" pelo que chamou um "ato de guerra" contra Kiev.
"Os Países Baixos condenam veementemente o ataque russo à Ucrânia. Estamos em estreito contato com a União Europeia (UE), a NATO e outros aliados. Os nossos pensamentos estão agora com o povo ucraniano", escreveu o primeiro-ministro, Mark Rutte, numa curta publicação na rede social Twitter.
- Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega -
A Finlândia e a Suécia condenaram hoje o ataque russo à Ucrânia, denunciando "um ataque à ordem de segurança europeia".
A crise na Ucrânia e a ameaça russa reacenderam o debate em ambos os países sobre a adesão à aliança atlântica, embora os governos social-democratas no poder em ambas as nações tenham até agora fechado a porta a uma proposta de adesão.
"As ações da Rússia visam a Ucrânia, mas são ao mesmo tempo um ataque a toda a ordem de segurança europeia", disse o Presidente finlandês, um interlocutor regular de Vladimir Putin.
A Suécia "condena nos termos mais fortes a invasão russa em curso na Ucrânia. As ações da Rússia são também um ataque à ordem de segurança europeia", disse a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson.
Os membros da NATO Dinamarca e Noruega também condenaram veementemente a ofensiva russa.