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Cultura lamenta morte do tenor José Carlos Xavier que deixa "legado muito significativo"

Foto: JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
Foto: JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou hoje a morte do tenor José Carlos Xavier, recordando um intérprete com "destacada carreira internacional" que "deixa um legado muito significativo".

Numa nota de pesar, o Ministério da Cultura lembrou José Carlos Xavier como um "intérprete de grande talento, reconhecido nacional e internacionalmente" que "deixa um legado muito significativo, construído com a sua arte, mas também na forma como ajudou outros a desenvolver o seu talento".

Citada na nota de imprensa, Graça Fonseca destacou que José Carlos Xavier foi um intérprete com destacada carreira internacional e que, enquanto professor, teve um papel central no ensino de Canto, tendo formado alguns dos mais importantes jovens cantores líricos portugueses.

Com formação no Conservatório Nacional de Lisboa, onde foi aluno da cantora lírica Maria Cristina de Castro, José Carlos Xavier ingressou, ainda jovem, no Corpo Coral do Teatro Nacional de São Carlos, tendo-se, posteriormente, estreado como solista neste Teatro Nacional, explica o Ministério da Cultura.

No seu percurso enquanto intérprete, fez parte do Grupo de Música de Câmara da Fundação Calouste Gulbenkian, com o qual atuou como solista em Espanha e Itália. Em Itália, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian frequentou o Liceo G. B. Viotti, de Vercelli, completando, sob a orientação de Zita Fumagalli, o Curso Superior de Canto, com a classificação máxima e louvor do júri, pode ler-se.

Tendo residido diversos anos em Itália, atuou em algumas das mais famosas salas deste país, como o Circolo della Stampa ou o Centro Culturale Francese, com grande reconhecimento, acrescenta ainda.

O Ministério da Cultura destacou também que ao longo da sua carreira José Carlos Xavier, atuou em diversos Festivais de Música de grande revelo, como o Festival d'Aix-en-Provence, o Festival de Música de Toulon, Festival da Toscana, 1º Festival de Música de Lagos, Festival de Vilar de Mouros ou o Festival de Música de Kriens.

No seu regresso a Portugal, realizou diversos recitais por todo o país, tendo também colaborado por diversas vezes com a rádio e televisão públicas. No Conservatório Nacional deu aulas de canto, participando ativamente na formação de alguns dos mais importantes cantores líricos portugueses dos últimos anos, referiu.

"Em 1991, criou o Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, um concurso de referência nacional e internacional e que, ao longo das suas edições, deu visibilidade aos jovens intérpretes nacionais, apresentando sempre nos seus júris reconhecidos cantores, maestros e musicólogos e provas de grande exigência, que deram a este concurso, e aos seus participantes, uma significativa reputação", sublinhou ainda.