Madrid concedeu 18 contratos a empresa ligada a irmão da presidente Ayuso
O irmão da presidente de Madrid, Tomás Díaz Ayuso, segundo o seu perfil do Linkedin, hoje eliminado, exercia "responsabilidades de vendas e marketing" desde 2016 na Artesolar, beneficiária de 18 contratos com a administração regional entre 2017 e 2020.
Dez desses contratos foram concedidos durante o período da presidência da irmã, Díaz Ayuso, e os demais são de datas em que o agora presidente da Comunidade de Madrid atuou como vice-ministro da Presidência e Justiça.
Fontes do executivo regional, em declarações à agência Efe, indicaram que Isabel Díaz Ayuso não permaneceu no Vice-Ministério da Presidência durante 2018.
Segundo as mesmas fontes, nos dois primeiros contratos de 2018, Díaz Ayuso ainda não tinha exercido o cargo de presidente da Comunidade de Madrid.
A empresa Artesolar Lighting, em comunicado divulgado na terça-feira, informou que Tomás Díaz Ayuso colaborou com a empresa como assessor externo no desenvolvimento de alguns projetos e que nunca pertenceu ao quadro.
Segundo a empresa, todos os seus contratos públicos com organizações da Comunidade de Madrid, desde 2015, ascendem a 106.368 euros e todos foram realizados sem a intervenção de qualquer comercial externo, uma vez que são geridos através da plataforma de contratação Adquira, utilizados pelas administrações públicas.
Na semana passada, a presidente da comunidade autonómica de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, acusou o seu partido de tentar destruí-la de forma "cruel", sustentando que o PP e o seu líder, Pablo Casado, estavam a fazer manobras para a desacreditar "pessoal e politicamente" e a tentar ligá-la à corrupção a partir do "anonimato", "sem provas" e envolvendo a sua família.
A liderança nacional do PP estaria a investigar desde outubro passado um contrato de 1,5 milhões de euros relacionado com o irmão da presidente de Madrid, tendo-lhe pedido explicações sobre as possíveis irregularidades.
Apesar da atual crise no Partido Popular, o maior da oposição, que está num processo de escolha de um novo líder, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garantiu hoje, no debate parlamentar semanal, que não vai marcar eleições legislativas antecipadas e desejou ao líder do Partido Popular (PP, direita), Pablo Casado, "o melhor para si próprio".
Isabel Díaz Ayuso era até agora uma figura em ascensão no PP, depois de ter ganhado as eleições na região de Madrid em maio de 2021 por quase uma maioria absoluta que deu ânimo aos populares para tentar converter-se num movimento capaz de ganhar as eleições nacionais previstas para finais de 2023 e substituir o atual Governo nacional de esquerda, uma coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda).