Twitter selectivo
A rede social suspendeu definitivamente conta de André Ventura que assim se junta a Trump
Boa noite!
O Twitter suspendeu hoje definitivamente a conta do líder do Chega por violar as regras da rede social no que se refere à "conduta de propagação de ódio”.
André Ventura, habituado a pisar o risco ao abrigo das liberdades e que por isso já havia sido avisado por oito vezes, não gostou de ser banido, lamentou o "grau zero da democracia" e admitiu "agir na justiça".
Para quem gere o Twitter quem promove a violência, ataca directamente, ameaça ou lesa outras pessoas com base na sua raça, etnia, origem nacional, orientação sexual, género, religião, idade, deficiência ou doença fica a falar sozinho e a fazer companhia a Trump.
Não são poucos os que ficam divididos perante um assunto merece reflexão que ultrapasse o óbvio, o estigma e o preconceito. Até porque todos têm direito à sua opinião, mas também deveres num Estado de direito com regras para cumprir e consequências a respeitar. Até porque as leis não são para aplicar apenas quando lhes dão jeito. Até porque há limites, entre os quais, os que nos levam dizer… basta!
O problema destas suspensões é a incoerência, sobretudo quando se revelam selectivas e populistas. Não raras vezes beneficiam o infractor, hábil na vitimização e na gestão dos coros orquestrados de protesto contra os alegados atentados aos valores democráticos. Noutras aguçam o engenho que gera novos métodos de partilha de mensagens ou dá expressão ao anonimato fulminante.
A permissividade abunda nas redes férteis em perfis falsos, discursos de ódio e fundamentalismo doentios, expedientes abusivos que estranhamente resistem às denúncias feitas junto das marcas globais e até dos tribunais. Por isso, enquanto houver uma manifesta dualidade de critérios nas avaliações que levam uns a ser banidos e outros tolerados, este mundo paralelo, habitado por milhões, não terá emenda possível. Os malfeitores não dormem.