Nova associação propõe-se observar Paisagens e Panoramas da Região
Foi constituída na Região uma nova associação não-governamental de Ambiente (ONGA) e para o Desenvolvimento (ONGD), que se propõe pugnar pela qualidade das paisagens madeirenses e contribuir para o seu benefícios. A apresentação da Associação Observatório das Paisagens e dos Panoramas do Arquipélago da Madeira teve lugar esta quarta-feira.
Em comunicado, a sua presidente, Dejhenir Reis, referiu que esta associação não possui fins lucrativos e "não tem nem procura qualquer objectivo político-partidário, racial, religioso ou filosófico".
"Este Observatório dos Panoramas e da Paisagem fundou-se na constatação da necessidade de encarar a Qualidade Visual das Paisagens e dos Panoramas da nossa Região Autónoma como um recurso valioso, enquanto reflexo do estado do ambiente, da sua sustentabilidade e do bem-estar social", revela.
O Observatório seguirá de perto as iniciativas europeias em matéria da Paisagem e participará publicamente nas anunciadas revisões do POTRAM, Plano de Ordenamento do Território da RAM e no POT, Plano de Ordenamento do Turismo. Activamente apresentaremos as nossas interpretações e sínteses definidoras das qualidades paisagísticas e enquadramentos urbanísticos e técnico-legais desses recursos. Dejhenir Reis, Presidente da Associação Observatório das Paisagens e dos Panoramas do Arquipélago da Madeira
Esta associação tem como principal objectivo ser agente dinamizador e liderante em acções integradas de conservação, promovendo e participando na elaboração das políticas regionais, nacionais e internacionais para o desenvolvimento sustentável do planeta.
Segundo Dejhenir Reis, "são da ordem do dia várias tentativas de apropriação da paisagem ou dos panoramas da nossa Ilha como activos transacionáveis", dando como exemplo o teleférico do Curral das Freiras ou as áreas de aquacultura nas costas sul da ilha da Madeira, bem como a pavimentação do Caminho das Ginjas, as obras previstas para a Frente Mar de São Vicente, e a edificação em frente ao Miradouro da Vila Guida, no Funchal.
Para a presidente desta nova associação estes exemplos são "sintomáticos da economia de casino que determinadas forças governamentais e interesses económicos pretendem explorar de forma selvática e sem qualquer atenção aos valores de base da identidade da nossa região ou aos seus, estabelecidos, direitos".
O Observatório da Paisagem posiciona-se publicamente contra a existência dos dispositivos e infraestruturas físicas visíveis da actividade industrial, Aquacultura, na costa sul da Madeira, que considera como poluição visual. Quanto ao teleférico do Curral das Freiras, vai transformar "aquele espaço num indecoroso prostibulo da paisagem madeirense", sendo uma "inconcebível tentativa de apropriação de um bem singular e ex-libris da monumentalidade da paisagem da Madeira".
"O Observatório da Paisagem utilizará todos os expedientes, recursos e instrumentos legais e administrativos de forma a que a integridade daquele local seja preservada em nome das populações compartes daquela localidade, assim como de todos os Madeirenses e Portugueses", revela ainda Dejhenir Reis.