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Segunda dose aumenta 10 vezes anticorpos que diminuem seis meses depois

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A segunda dose de vacina contra a covid-19 aumenta 10 vezes os anticorpos contra o SARS-CoV-2, mas seis meses depois regista-se uma diminuição de oito vezes desses anticorpos induzidos pela vacinação, concluiu um estudo do INSA divulgado esta terça-feira.

"Após a segunda dose da vacina, ocorreu um aumento de 10 vezes do título de anticorpos contra este vírus. Foi igualmente observado um aumento dos anticorpos neutralizantes do SARS-CoV-2 na mesma ordem de grandeza", adiantou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Segundo esta investigação, que acompanhou 132 profissionais do próprio INSA vacinados e/ou com infeção prévia pelo coronavírus SARS-CoV-2, cerca de seis meses após a vacinação primária completa, verificou-se uma "diminuição em oito vezes do título de anticorpos induzidos pela vacinação covid-19, sendo esta diminuição menos acentuada para os anticorpos com capacidade para a neutralização do vírus".

"Demonstramos que a primeira dose da vacina provocou uma resposta imunológica, embora uma segunda dose tenha sido essencial para promover a ligação e neutralização dos anticorpos SARS-CoV-2", adiantam ainda as conclusões da investigação.

O INSA desenvolveu este estudo envolvendo profissionais de saúde do instituto com o objetivo de comparar os dados relativos aos anticorpos específicos contra o SARS-CoV-2 após a vacinação contra a covid-19.

Os resultados deste trabalho, agora publicados na revista científica Vaccines, "confirmam a existência de diferentes títulos de anticorpos de ligação e de neutralização ao longo do tempo", adianta o instituto, ao considerar que a investigação "permitiu assim contribuir para o conhecimento científico na área da covid-19".

De acordo com o instituto, a investigação vai decorrer até que os profissionais envolvidos no estudo completem os 12 meses desde a vacinação, o que permitirá uma melhor avaliação da correlação entre os anticorpos de ligação e os anticorpos neutralizantes do vírus SARS-CoV-2.

Este acompanhamento vai ainda permitir a avaliação da imunidade induzida pela dose de reforço entretanto administrada aos profissionais participantes no estudo.

O INSA tem no seu quadro cerca de 500 profissionais de saúde, dos quais 81 foram considerados profissionais de primeira linha para receber a vacina contra a covid-19 na primeira fase do programa nacional de vacinação.

Os investigadores do INSA reconhecem que o estudo tem algumas limitações, uma vez que o universo de participantes incluiu apenas trabalhadores saudáveis e ativos, sem comorbilidades graves e com menos de 70 anos.

A covid-19 provocou pelo menos 5.892.084 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 20.894 pessoas e foram contabilizados 3.206.281 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.