Reino Unido impõe sanções a três oligarcas e cinco bancos russos
O Reino Unido anunciou hoje sanções contra três oligarcas conhecidos por serem próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, e contra cinco bancos russos, em retaliação ao reconhecimento de Moscovo das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste ucraniano.
Os multimilionários visados são Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e o sobrinho deste último, Igor Rotenberg, revelou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no Parlamento.
Johnson avisou ter outras sanções "prontas" para serem introduzidas juntamente com os Estados Unidos e a União Europeia (UE) se o conflito continuar a escalar.
"Esta é a primeira parcela, a primeira carga do que estamos preparados para fazer e temos mais sanções prontas para serem impostas", afirmou.
O pacote de sanções foi anunciado depois de uma reunião de emergência de ministros e altos funcionários, realizada hoje de manhã, no chamado comité de segurança Cobra.
A ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, adiantou também que o embaixador da Rússia no Reino Unido, Andrei Kelin, foi chamado "para explicar a violação do direito internacional pela Rússia e o desrespeito à soberania da Ucrânia".
O chefe do Governo britânico disse aos deputados antecipar uma "longa crise" na Ucrânia tendo em conta que Putin ordenou o envio de tropas para alegadas operações de "manutenção da paz" nas regiões de Donetsk e Lugansk.
"Não posso dizer o que acontecerá nos próximos dias, mas devemos esperar uma longa crise", disse Boris Johnson.
Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia, depois da queda do Governo pró-russo em Kiev, e elaborou um referendo sobre o regresso do território à Federação Russa. Desde então, Kiev está em conflito com separatistas pró-russos no leste do país.
A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e separatistas pró-Rússia fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou, na segunda-feira à noite, um decreto que reconhece as regiões separatistas de Lugansk e de Donetsk, no Donbass (leste), e ordenou a entrada das forças armadas russas naqueles territórios ucranianos numa missão de "manutenção da paz".
A decisão de Putin foi condenada pela generalidade dos países ocidentais, que já anunciaram ou estão a preparar sanções económicas contra a Rússia.