Um estrondoso recuo
Miguel Albuquerque vai deixar cair a moção que leva ao congresso do PSD-M?
Boa noite!
Miguel Albuquerque lançou na noite eleitoral de 30 de Janeiro a coligação com o CDS para 2023. Fê-lo com engodo a mais, de tal forma que muitos dos seus criticaram a forma extemporânea na abordagem a um tema sensível, e habilmente paparam a isca, sem morder o anzol.
Há provas inequívocas do desejo presidencial, repetido várias vezes este mês, até com apelos à calma. Aliás, há seis dias!, era este o ponto de situação.
Jorge Freitas Sousa , 15 Fevereiro 2022 - 11:58
Hoje, ao JM, diz que não disse o que realmente foi dito na reacção aos resultados das legislativas nacionais. Ou seja, recuou, com estrondo. Sem surpresa, é certo, mas com algum protecionismo tácito.
Independentemente das questões regulamentares relativas à moção que leva ao congresso do PSD-M, entretanto já entregue e que está comprometida, restando saber se fica sem efeito, como se atreve Albuquerque a negar o que toda gente ouviu? Vá lá que há provas públicas e publicadas.
Remeter para o ano que vem aquilo que quase todos os social-democratas avessos ao repentismo sugeriram até podia ser sinal de lucidez. Mas há algo por explicar na mudança repentina, da cedência depois da teimosia. Quis esvaziar o congresso do PSD-M, evitar o confronto público e mais manifestações de azedume? Foi aconselhado pelos craques nacionais que vieram à Universidade ‘Jota’ a ler melhor os sinais do tempos? Percebeu finalmente o quanto (não) vale o CDS?
Seja o que for, os ziguezagues políticos têm custos. Não se admire por isso que lhe faltem ao respeito, que não o levem a sério e que não lhe perdoem as sistemáticas contradições.