Embargaram a obra… E agora?
Embargaram a obra… E agora? Vangloriam-se porque se fez justiça. Embargaram a obra porque rebatem que não foram consultados, que entraram em propriedade privada, que houve abuso de poder. Houve? Não sei… Essas partilhas de bens não são para aqui chamadas.
Embargaram a obra e agora sentem-se inchados pelo orgulho, tal fábula da rã e do boi… mas tenham cuidado para não ter o mesmo fim da triste rã, cujo orgulho levo-a a ter o seu fim.
Embargaram a obra…. E agora?
Pensaram na população? Pensaram nas crianças? Pensaram no bem comum que aquela obra iria trazer à freguesia, que talvez pela sua cor, é a mais esquecida do concelho?
Pensaram que as crianças, finalmente, iriam poder beneficiar em tempo de inverno, do uso do polidesportivo, que estaria mais protegido… mas agora, não… embargaram a obra. “O que é isso?” - Perguntam as crianças. Sr. Presidente, venha explicar, por favor.
Embargaram a obra, porque alegam que existe uma “paragem” – e não é mentira, ela existe mesmo, só não se pode chamar assim, é um abrigo – que dizem satisfazer as necessidades da população, que as crianças podem ser deixadas ali em segurança… mas foi colocada ali, sem se quer auscultar se seria um bom local para isso. O tempo, esse sempre sábio, veio mostrar que não. Ela está lá, ela existe, mas está verde pelo tempo, unicamente frequentada pelas lesmas que ao anoitecer se divertem a fazer desenhos no vidro.
Embargaram a obra e agora? Deixem o orgulho, deixem as guerrilhas de parte, lutem, pelo menos, por quem vos deu os votos e acima de tudo pensem na população, saiam fora da vossa caixinha e vejam o mundo com outros olhos.
Embargaram a obra? Qual obra? A “Obra do Governo em Machico (que) gera embargo e polémica”, publicada na primeira página da edição do Diário de NotÍcias de 12.02.2022 – EB1/PE e Creche de Maroços e Santo António da Serra.
Embargaram a obra… E agora? Ceder, muitas vezes não é sinal de fraqueza, de derrota. É sim, sinal de inteligência, de orgulho no bem que se faz, de pensar e fazer o que está correto, sem olharmos para o nosso umbigo. Estamos em sociedade, não estamos sós.
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