Ex-presidente peruano começa a ser julgado por receber dinheiro de construtora
O ex-presidente peruano Ollanta Humala e a mulher, Nadine Heredia, começam a ser julgados na segunda-feira por alegados financiamentos ilícitos de campanhas eleitorais, pela empresa brasileira Odebrecht e pelo governo venezuelano de Hugo Chávez.
O julgamento, que acontece em Lima ao fim de sete anos de investigação fiscal, é um dos momentos importantes do escândalo de corrupção Lava Jato, que envolve uma dezena de países latino-americanos.
A acusação pede uma pena de 20 anos de prisão para Ollanta Humala e uma pena de 26 anos de prisão para a mulher dele, por não ter declarado os avultados donativos para financiar as campanhas eleitorais. Além de Ollanta Humala, que foi presidente do Peru entre 2011 e 2016, estão ainda a ser investigados dois chefes de Estado seus antecessores: Alejandro Toledo (2001-2006), sobre quem recai um pedido de extradição dos Estados Unidos, e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), que está há quatro anos em prisão domiciliária.
O advogado e político Alan García Pérez, presidente do Peru entre 2006 e 2011, também estava a ser investigado, tendo-se suicidado em 2019, quando estaria prestes a ser detido em casa.
A construtora brasileira Odebrecht reconheceu ter subornado altas figuras políticas no Peru entre 2005 e 2014, para conseguir a adjudicação de obras públicas de grande envergadura, e ter financiado, de forma ilícita, campanhas eleitorais de vários candidatos políticos, como Keiko Fujimori. A Justiça peruana está a conduzir uma série de processos por crimes de corrupção envolvendo grandes empresas, investigadas por alegados subornos a funcionários e a candidatos em campanhas eleitorais.