Zelensky apela a cessar-fogo imediato após falar com Macron
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apelou hoje a um cessar-fogo imediato na região de Donbass, no leste do país, após uma conversa telefónica com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron.
"Defendemos a intensificação do processo de paz. Apoiamos a convocação imediata do GCT [Grupo de Contacto Trilateral] e um cessar-fogo imediato", escreveu Zelensky na sua conta na rede social Twitter.
O líder ucraniano acrescentou ter informado o seu homólogo francês sobre a situação atual no leste da Ucrânia e os novos ataques das milícias separatistas.
O Presidente francês manteve hoje uma conversa de uma hora e 45 minutos com o chefe de Estado russo, num esforço para evitar a invasão russa da Ucrânia, após o que falou com Volodymyr Zelensky.
Esta foi a segunda conversa entre os líderes francês e ucraniano em menos de 24 horas, tendo Macron e Zelensky falado no sábado à noite sobre o agravamento da situação no Donbass e as baixas que a Ucrânia sofreu no confronto.
Segundo fontes oficiais, dois militares ucranianos morreram no sábado em combate, enquanto os separatistas pró-russos anunciaram a morte de dois civis em ataques do exército.
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, aumentaram nos últimos dias os confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciaram no sábado ter registado em 24 horas mais de 1.500 violações do cessar-fogo na Ucrânia oriental, número que constitui um recorde este ano.
Os líderes dos separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, decretaram no domingo a mobilização geral para fazer face a este aumento da violência.