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Chefes das diplomacias do G7 pedem fim de actividades militares russas

Foto EPA/Alexandra Beier
Foto EPA/Alexandra Beier

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do G7 exigiram hoje o fim das atividades militares russas na fronteira com a Ucrânia, considerando que são um risco para a segurança mundial.

"Não vimos até agora provas de uma redução", afirmaram os chefes das diplomacias dos países com as economias mais ricas num comunicado divulgado após uma reunião à margem da Conferência de Segurança de Munique.

Os ministros consideram que "a maior mobilização no continente europeu desde o fim da Guerra Fria" é uma ameaça à "segurança global".

"O aumento das violações do cessar-fogo" no leste da Ucrânia, onde se confrontam forças ucranianas e separatistas pró-russos é "altamente preocupante", apontaram, condenando os ataques contra zonas povoadas e a emissão de passaportes russos aos habitantes dos territórios fora do controlo do centro do poder ucraniano, em Kiev.

Os ministros do G7 afirmam-se preocupados por "incidentes encenados serem usados como desculpa para uma possível escalada militar", e apelaram à Rússia para exercer a sua influência sobre as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk (separatistas) e escolher "a via da diplomacia".

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.

Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.

Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.

Os líderes dos separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, decretaram hoje a mobilização geral para fazer face a este aumento da violência.

Os observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) informaram na sexta-feira que as violações do cessar-fogo na região registaram um "aumento significativo", com mais de 800 violações só na sexta-feira, mais do triplo da média do último mês.