Marques Mendes aconselha PSD nacional a se inspirar no “exemplo notável da Madeira”
“Numa altura em que o PSD a nível nacional tem que se reinventar, tem que se reestruturar e reformar, é bom pegar no exemplo notável da Madeira, do passado e do presente, para inspirar aquilo que têm de ser os desafios de futuro”. A opinião é de Marques Mendes, ex-líder social-democrata, ex-ministro e actual comentador político, que, esta tarde, em Santa Cruz, abordou o tema ‘Democracia, Liberdade e Poder Económico’ na Universidade Jota’22, organizada pela JSD-Madeira.
Na análise do conferencista, “o Governo Regional funciona bem” graças à “competência, eficácia e sentido estratégico de intervenção” do executivo madeirense e de Miguel Albuquerque. A este respeito, deu como exemplo positivo a gestão da crise da pandemia: “Em dois anos de pandemia, os apoios às empresas, às pessoas e aos investidores foram maiores na Madeira do que foram no continente. As pessoas sentiram maior apoio, maior solidariedade. A gestão da pandemia na Madeira é considerada um caso exemplar e de sucesso”.
Em relação à continuidade da coligação com o CDS no Governo Regional no próximo mandato, Marques Mendes disse não querer entrar em decisões locais e que confia “muito naquilo que o PSD-Madeira e Miguel Albuquerque decidir”. Ainda assim, afirmou que “a coligação foi necessária para garantir estabilidade” e que “funciona bem”. Em função disso, lembrou que na política também se aplica o velho ditado do desporto de que “em equipa que ganha não mexe”.
O antigo líder analisa o futuro do PSD a nível nacional sob um duplo prisma, de realismo e confiança. Realismo porque admite que o seu partido “tem um caminho difícil pela frente”, de mais de 4 anos de oposição a um governo socialista com maioria absoluta, que acrescem a seis anos de oposição que já vêm de trás. “O próximo líder vai ter o caminho das pedras para percorrer”, assumiu. Mas também vê o futuro com confiança, porque “o PSD é um partido que antes quebrar que torcer”. “Quando que se pensa que o PSD está declínio, dá a volta. Quando se pensa que está em dificuldades, vence e mobiliza-se. O PSD vai continuar a um grande partido. Daqui a 4 anos o PSD volta a ganhar eleições a nível nacional”, acrescentou.
Afastada está a possibilidade de Marques Mendes aceitar o desafio que lhe foi lançada esta semana por Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, de voltar a assumir a liderança do PSD nacional. “Isso é simpatia de algumas pessoas. É simpatia que eu agradeço mas cargos partidários para mim é matéria definitivamente excluída há 14 anos. Essa fase da minha vida acabou. Ponto final”, rematou.