A União Europeia considera que as negociações com o Irão para salvar o acordo nuclear se encontra na "fase final" e que será possível chegar a um pacto na próxima semana ou na seguinte, adiantaram fontes comunitárias.

"A negociação em Viena está na fase final (...). Esperamos um acordo muito rapidamente, talvez na próxima semana ou nas próximas duas semanas", adiantaram as fontes ouvidas pela EFE.

A oitava ronda de negociações foi retomada na passada semana na capital austríaca no âmbito do plano de ação conjunto integral (JCPOA, acordo de 2015).

Participaram nas negociações o Irão, a Alemanha, a França, o Reino Unido, a Rússia e a China, para além dos Estados Unidos, de forma indireta, com o objetivo de salvar o pacto que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais.

Fontes comunitárias afirmaram que muitos dos assuntos sobre a mesa já estão acordados, mas regem-se pelo princípio de que "nada está acordado até tudo estar acordado", uma vez que ainda restam "algumas pontas soltas".

Ainda que tenham reconhecido que é "difícil saber o que se vai passar nos próximos dias", destacaram que as delegações mostraram muita "vontade política" e "querem um compromisso", incluindo os Estados Unidos.

"Agora temos sobre a mesa textos que estão muito perto do acordo final, mas não sei o que vai acontecer nos próximos dias", explicaram, acrescentando que o que é necessário é "um acordo para facilitar finamente recuperar a confiança" no programa nuclear iraniano.

As negociações foram retomadas depois da decisão da administração de Joe Biden de levantar algumas sanções impostas contra o Irão pela administração anterior, de Donald Trump.

As exceções às sanções americanas vão permitir a outros países e empresas estrangeiros trabalhar em projetos civis em reatores e planta nuclear iranianos.

As negociações de Viena estão encaminhadas para o levantar das sanções e, ao mesmo tempo, a garantir que o programa nuclear iraniano volte aos limites do pacto de 2015.

Um ano depois da administração Trump ter deitado por terra o acordo, impondo novas sanções ao Irão, Teerão começou a desrespeitar os limites impostos ao seu programa nuclear e chegou a enriquecer urânio a níveis próximos do necessário para criar uma arma nuclear.