A outra "esclerose executiva"
Os que no governo empatam investimentos, bloqueiam a criatividade e gozam com quem trabalha são o quê?
Boa noite!
Miguel Albuquerque voltou hoje a atacar a oposição que sofre de "esclerose executiva". Não é a primeira vez que o líder do PSD-M usa tamanha etiqueta. Desde 2017 que tem utilizado o recurso com frequência para criticar os que tendo poder, sobretudo, nos municípios, nada fazem, deixando tudo na mesma em alguns concelhos.
Em 2020, já na preparação das eleições autárquicas do ano seguinte, explicou o conceito: “As pessoas nalgumas Câmaras sofrem de uma doença que é que nada acontece, a chamada esclerose executiva. Eles estão lá, dão uns sorrisos, fazem uns cumprimentos, dão uns chequinhos de apoio, mas os concelhos estão exatamente na mesma do que há anos, portanto nada acontece, é só conversa fiada, anúncios, publicidade enganosa e não há obra”.
De facto, houve autarcas cilindrados nas últimas municipais por manifesta falta de jeito, pois andaram entretidos com expedientes sem retorno, esbanjaram a oportunidade de reeleição e, pior, deixaram coisas meio encaminhadas para que quem viesse a seguir pudesse brilhar sem esforço. Como fizeram pouco ou sem dar nas vistas hoje peregrinam muitas vezes sem destino,
Só que Miguel Albuquerque não disse é que teve e tem gente em seu redor da mesma estirpe, nuns casos a ganhar fortunas, e noutros a facturar 5% em algumas transações onde alegadamente exercem influências sem mexer uma palha. Os que empatam investimentos, os que gerem mal a coisa pública, os que bloqueiam a criatividade, os que não assessoram coisa nenhuma, e os que gozam com quem trabalha são o quê?
Mas também Miguel Albuquerque não disse é que teve e tem por perto 'esclerosados' de topo a quem, de quando em vez, é obrigado a deitar a mão sob pena disto ficar tudo parado.