Mundo

Putin lamenta "agravamento" da crise em Donbass

None

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, lamentou hoje o "agravamento" do conflito no leste da Ucrânia, onde o exército ucraniano enfrenta milícias separatistas pró-russas e onde as duas fações se acusaram mutuamente nas últimas horas de violar o cessar-fogo.

"Infelizmente, agora estamos a assistir a um agravamento da situação em Donbass", disse o Presidente russo, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko.

Os separatistas no leste da Ucrânia anunciaram que estão a retirar civis para a Rússia, perante o receio de um ataque das forças de Kiev, apesar dos desmentidos das forças armadas ucranianas sobre as suas intenções bélicas.

Denish Pushilin, líder do governo separatista na região de Donetsk, informou hoje que mulheres, crianças e idosos serão os primeiros a ser retirados da região, perante o agravamento de tensões, e que a Rússia preparou instalações para acomodá-los.

A autoproclamada república popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, denunciou um aumento nos ataques das forças armadas ucranianas, para justificar as medidas de evacuação que começam a ser preparadas em larga escala.

Os separatistas das regiões de Lugansk e Donetsk relataram mais bombardeamentos por forças ucranianas ao longo da tensa linha de contacto.

Contudo, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, já anunciou que Kiev não planeia nenhuma ação violenta contra os territórios separatistas, garantindo que o seu Governo está comprometido com uma solução pacífica para o conflito.

Nas últimas horas, especialmente na quinta-feira, ocorreram graves violações do cessar-fogo estabelecido em 2015, ao abrigo dos Acordos de Minsk, no leste do país.

Donetsk afirmou hoje que as forças armadas ucranianas abriram fogo contra a autoproclamada república 30 vezes nesta sexta-feira, segundo a agência russa TASS.

Num comunicado, o comando das forças armadas ucranianas destacadas na zona de conflito também acusou os separatistas pró-Rússia de terem violado o cessar-fogo por 45 vezes desde a meia-noite passada.

As forças militares ucranianas salientam que a zona de conflito - que em quase oito anos provocou mais de 14 mil mortos - continua sob controlo das forças governamentais.