RUTIS pede criação de Secretaria de Estado para a Comunidade e para o Envelhecimento Bem Sucedido
Associação Rede de Universidades da Terceira Idade diz que o envelhecimento demográfico deveria ser uma preocupação consciente dos governos
A RUTIS (Associação Rede de Universidades da Terceira Idade) pede que no próximo Governo da República fosse criada uma Secretaria de Estado para a Comunidade e para o Envelhecimento Bem Sucedido.
Representando "as 368 universidades seniores portuguesas com os seus 67.000 alunos e 7.500 professores voluntários, neste novo período governativo e quando 22% da população portuguesa tem mais de 65 anos, gostaria que o envelhecimento demográfico e que as condições de vida dos mais velhos, fossem uma preocupação consciente que se traduzisse num maior peso político", justifica uma nota de imprensa assinada pelo seu presidente Luís Jacob. "E, por isso, gostaríamos de ver criada a Secretaria de Estado para a Comunidade e para o Envelhecimento Bem Sucedido."
E continua: "É preciso garantir que os mais velhos têm as condições necessárias para usufruir da vida em plenitude e que têm acesso de qualidade a habitação, saúde, bem-estar, trabalho e lazer de acordo com os seus desejos e capacidades."
A seguir, apontam as medida que poderiam ser realizadas:
"Criar na legislação laboral a possibilidade de flexibilização da reforma, criando por exemplo a possibilidade de transição mais prolongada entre a reforma e a vida laboral com período de um ano neste regime de transitoriedade para quem quisesse dele usufruir. Esta medida evitaria a transição brusca para a pessoa e para os serviços (num dia estás, no outro já não);
Aumentar os apoios às respostas sociais existentes para que sejam verdadeiramente acessíveis a todos;
Aumentar a formação e qualificação dos profissionais que trabalham nas respostas sociais, valorizando a profissão e garantindo por esta via a qualidade dos cuidados na área da gerontologia;
Trabalhar ativamente para a consciencialização da existência de discriminação e preconceito em relação à idade e simultaneamente combater essa discriminação e preconceito;
Incentivar a participação dos mais velhos nas decisões que lhes dizem respeito (a título de exemplo: a RUTIS irá no seu congresso de 4 de Março apresentar o Conselho Sénior, espaço de opinião e debate por e pelos mais velhos);
Promover outras respostas sociais que se adaptem à realidade dos seniores atuais."
A RUTIS diz mais: "É igualmente importante aumentar a população jovem. Considerando fundamental para o futuro do país a adoção de politicas de promoção da natalidade (em cerca de cinco décadas o número de nascimentos em Portugal caiu para menos de metade, sendo o mais baixo dos países da OCDE)."
E apontam mais medidas, que consideram "importantes serem implementadas":
"Aumento do tempo da licença de maternidade/paternidade para um ano;
Reduzir os custos associados aos filhos (creche, escolas, saúde, etc.), considerado como a principal causa para os casais não terem mais filhos;
Aumentar o abono de família.”
Refira-se que entre as associadas da RUTIS estão 8 universidades seniores da Madeira, a saber: de Santa Maria Maior (Funchal), de Machico, do Funchal, de Câmara de Lobos, de Porto Santo, da Ribeira Brava, de S. Vicente (Madeira) e da Gonçalves Zarco.