Rússia anuncia que continua a retirada militar na península da Crimeia
A Rússia declarou hoje que continua a retirar as suas forças militares na Crimeia, península ucraniana anexada por Moscovo, na sequência da tensão criada com a colocação das suas forças junto às fronteira da Ucrânia.
"As unidades do distrito federal do sul que completaram a sua participação nas manobras táticas, nas bases na península da Crimeia, estão a regressar às suas bases, por via ferroviária", afirmou o Ministério da Defesa russo às agências de notícias russas.
A televisão pública russa mostrou um comboio carregado de camiões militares a atravessar a ponte que liga a Crimeia ao território russo.
Após semanas de uma escalada de tensão, a Rússia, que sempre negou qualquer plano de invasão à Ucrânia, anunciou na terça-feira e na quarta-feira a retirada de parte das suas tropas.
Um recuo que o ocidente disse não ter visto na prática, tendo os Estados Unidos acusado Moscovo de enviar reforços.
A tensão entre Kiev e Moscovo aumentou desde novembro passado, depois de a Rússia ter estacionado mais de 100.000 soldados perto da fronteira ucraniana, o que fez disparar alarmes na Ucrânia e no Ocidente, que denunciou os preparativos para uma invasão daquela ex-república soviética.
Em dezembro, a Rússia, que nega ter intenções bélicas, exigiu garantias de segurança por parte dos Estados Unidos e da NATO para impedir que a Aliança Atlântica se expandisse mais para o leste e estacionasse armas ofensivas perto de suas fronteiras.
Desde então, têm sido desenvolvidos intensos esforços diplomáticos para tentar diminuir o clima de tensão e impedir uma escalada militar, com vários representantes ocidentais a visitarem, nas últimas semanas, as capitais da Ucrânia e da Rússia.