Um texto sem tabus
Na actual época do país, Portugal, em que nele persiste a hipocrisia, o desrespeito por valores e princípios morais e éticos, se desvalorizam os sentimentos que enobrecem a vida e que deveriam dar forma e consistência a uma sã convivência e harmonia social; faz sentido assinalar que, na esfera de acção individual, é de primordial importância a coerência nas atitudes e o apego ao cumprimento de preceitos, no qual, assente a regular existência do cidadão e o sereno e profícuo evoluir da sociedade em que está inserido.
O que tudo se compagina num quadro de meritório serviço cívico que a todos os cidadãos que prestam culto à portugalidade se impõe prestar à sociedade portuguesa, com a maior urgência, numa perspectiva de ressurgimento da Pátria.
Pela parte que me toca de ajuizar minha vivência de 90 anos (completados no p.p. mês de Outubro) devo anotar que sempre me esforcei por cumprir tais normativos mencionados no parágrafo inicial; por forma a pautar minha existência pelo respeito: quer de mim próprio, quer do próximo, em plena coerência e observância de acções, atitudes e manifestações escritas em textos de opinião.
Outrossim, em conformidade, mantive-me fiel à vontade tida na adolescência de prosseguir um rumo de verticalidade, seriedade, transparência e de valorização pessoal consentânea com o propósito de bem servir a comunidade.
Por tudo isso, nunca me perpassou a ideia de alternar a intrínseca vontade mantida durante dias, meses e anos, substituindo-a por aqueloutra deslustrosa de abandono dessa inequívoca determinação pessoal. Ou seja: tomei como inalterável norma de vida a que aqui expresso em breves palavras: SER SEMPRE, EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS, IGUAL A MIM MESMO.
Julgo que as pessoas que, através dos tempos, melhor me conheceram ou mais conviveram comigo, se terão dado conta dessa constância de meu resoluto viver quotidiano.
Reitero que expondo em letra de forma referências pessoais procedo na convicção de que
elas poderão ser favoravelmente aceites por quantos leitores das mesmas estejam habilitados a fazer boa recolha. Com uma certeza: com a abrangência temática e profundidade expositiva com que desenvolvo a escrita, satisfaço curiosidade e interesse de pessoas em conhecerem o Brasilino Godinho; não só na sua expressão física; mas mais apreendendo sobre: os vínculos de seu carácter, os termos determinantes da sua personalidade, a acuidade das manifestações do seu pensamento vário, objectivo e analítico e, ainda, quanto ao estilo peculiar da sua escrita literária.
Também, noutra vertente, elas manifestas na tendência que nem terá passado despercebida pelos meus fiéis leitores: a de zelar pela sanidade mental e físico/gástrica dos meus escassos inimigos, dos vários invejosos e de alguns maldizentes; pois que me apraz proporcionar-lhes ensejo para descarregarem a bílis e exprimirem a recalcada aversão pelo Brasilino Godinho. Melhor apreendendo a questão e desde logo se lhes deparar oportunidade de proclamarem os anátemas: vejam, como ele é vaidoso! Como se enaltece!
Porém, deste modo enviesado, também nele é manifesto meu pessoal, voluntário e invulgar serviço cívico. Este, parte componente do multifacetado, bastante longo, mui activo serviço cívico que – voluntariamente - venho prestando ao longo dos muitos anos de vida: noventa!
Todavia, confesso: esse pecadilho meu… cometido com algum prazer. Até demonstrativo de que não sou santo; nem ingénuo.
Uma afirmação de Brasilino Godinho que, como figura pública, se permite facultar testemunho certeiro da sua integral personalidade, em termos de transparência e de verdade.
E por ser muito intenso esse invulgar apego em proporcionar demonstração inequívoca da unidade integrativa da minha pessoa hei por norma transmitir aos meus leitores e amigos, em termos de transparência e de verdade, o meu estado de espírito, reflectindo o orgulho pela pessoa unívoca que sou em todas as circunstâncias; sem me abrigar numa falsa postura de humildade. Até para assinalar que não me considero o extraterrestre ou o super-homem que, por vezes, amigos e leitores, generosamente, me querem colocar nos pedestais das suas “venerações”…
Brasilino Godinho