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Divagações e premonições…

Uma outra grande e triste surpresa foi o “desaparecimento” do CDS

Devo dizer que, fruto da minha, cada vez menor, credibilidade na política e nos políticos, não acompanhei a par e passo o que ia sucedendo na noite eleitoral. No entanto, num dos meus zappings, fiquei a saber que a hipóteses duma maioria absoluta do Partido Socialista entrava em cena.

O que se veio a concretizar, fazendo destas eleições uma caixinha de grandes surpresas.

A primeira, para mim, foi esta maioria absoluta, contra todas as expectativas e previsões divulgadas pelas empresas de sondagens que colocavam, igualmente, a hipótese de vitória tanto para o PS como para o PSD. Segundo essas sondagens, pelo menos, aconteceria um empate técnico, decidido nas contagens das últimas mesas eleitorais.

O resultado definitivo apurado não foi de empate, nem dependeu da contagem dessas últimas mesas. Ainda não estavam todas apuradas e já se ouvia os gritos de vitória e de maioria absoluta em casa de António Costa.

A segunda surpresa foi o resultado obtido pelo PSD. Sobretudo para quem andou a alimentar a hipótese de vitória ou de empate técnico, em crescendo, durante o mês de Janeiro. Chegar ao dia das eleições e ficar aquém dos 30%... Em número de votos, é obra!

Uma outra grande e triste surpresa foi o “desaparecimento” do CDS. Na verdade, o CDS foi um dos partidos basilares na construção na democracia em Portugal. A esta hora, os fundadores e grandes figuras da democracia portuguesa, como Adelino Amaro da Costa, Freitas do Amaral, Lucas Pires(?), dão voltas nos túmulos a verem o que lhes fizeram ao partido… Isto para não falar nos seus ex-dirigentes, sobretudo, os que hoje são opinion makers…

Já na RAM, é mais do que evidente o que está a acontecer. Não será despiciendo considerar que o futuro será o de absorção, uma espécie de osmose política. Isto é, os” especialistas”, “técnicos altamente qualificados” e outros militantes que o PSD foi buscar ao CDS-RAM para os colocar no governo passarão a integrar as hostes do partido maioritário. É só esperar por 2023, que é ali ao virar da esquina! De facto, se isto é tudo a mesma coisa, porque ser militante do partido bengala?!

Já são mais do que notórias e públicas, de norte a sul, as divergências e contendas quer num partido quer noutro, quanto a coligações para 2023.

Quanto às restantes surpresas, foram-nas os resultados obtidos por alguns partidos. Dum lado, registou-se uma redução substancial dalguns grupos parlamentares à custa doutros. Fez-me lembrar os tempos do PRD... Lembram-se?

Será que estamos no caminho da bipolarização política?