Acordo entre príncipe André e queixosa superará os 14 milhões de euros
O acordo anunciado na terça-feira entre o príncipe André de Inglaterra e Virginia Giuffre, a norte-americana que o acusa de abuso sexual, chega aos 12 milhões de libras (mais de 14 milhões de euros), noticiou hoje a imprensa britânica.
De acordo com o jornal Telegraph, a Rainha Isabel II ajudaria o filho, de 61 anos, a pagar 12 milhões de libras à vítima do multimilionário norte-americano Jeffrey Epstein e à sua associação.
Os termos financeiros exatos do acordo não foram divulgados na terça-feira, com o documento do tribunal apenas a afirmar que o Duque de York "pretende fazer uma doação significativa para a organização de Virginia Giuffre", fundada em 2021 e apelidada de "Speak Out, Act, Reclaim" ("Prenuncie-se, Aja, Reclame", em tradução simples), que apoia vítimas de tráfico sexual.
O tablóide The Daily Mirror escreve que André pagaria dois milhões de libras (cerca de 2,39 milhões de euros) à associação Speak Out, Act, Reclaim" e 10 milhões de libras (cerca de 12 milhões de euros) à vítima, sem especificar se este valor total inclui ou não os honorários dos advogados.
Segundo a imprensa britânica, o príncipe vendeu recentemente um luxuoso chalé suíço que havia adquirido em 2014, por um valor que ascenderia os 18 milhões de libras (cerca de 21 milhões de euros). No entanto, continuaria com dívidas relacionadas com a compra.
Outros jornais apresentam valores mais baixos, estimando o The Guardian que o valor ultrapassaria os sete milhões de libras (cerca de 8,35 milhões de euros), sem contar com os honorários dos advogados que deveriam chegar a vários milhões, enquanto o Daily Mirror evocou uma "humilhação de 10 milhões de libras (cerca de 12 milhões de euros).
Questionada pela agência de notícias AFP, uma porta-voz do príncipe André recusou-se a comentar.
Na terça-feira, os advogados do príncipe André de Inglaterra, Duque de York, anunciaram que alcançaram "um acordo de princípio" com Virgina Giuffre, a mulher que o denunciou nos Estados Unidos por abuso sexual quando era menor de idade.
Numa carta endereçada ao juiz Lewis A. Kaplan, os advogados não revelam os termos do acordo, mas pedem-lhe que "suspenda todos os prazos" do julgamento, que tinha início previsto para o próximo outono, embora não houvesse uma data definida.
Na carta assinada por David Boies, advogado do príncipe britânico, filho da rainha Isabel II, a sua equipa de defesa informa o juiz de que vai apresentar um pedido de arquivamento do caso no prazo de 30 dias.
O juiz Kaplan tem agora o poder de arquivar o caso, bem como de manter secretos os termos do acordo extrajudicial.
Este juiz já rejeitou, em dezembro, o arquivamento do caso em resposta a um pedido da defesa assente num acordo assinado por Giuffre (que agora tem 38 anos e reside na Austrália) e pelo falecido magnata norte-americano Jeffrey Epstein, que foi quem alegadamente apresentou a jovem ao príncipe André.
Por meio desse acordo, assinado em 2009, Giuffre desistia de perseguir judicialmente Epstein "e outros potenciais acusados" pelos casos de abuso sexual, em troca do pagamento de meio milhão de dólares.
O juiz considerou, na altura, que as acusações contra André não eram as mesmas que contra Epstein e que o caso seria julgado noutra jurisdição.
Além disso, argumentou que as únicas pessoas que podem fazer um acordo confidencial são os signatários, requisito que agora se cumpre.