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Presidente francês pede mais ambição e unidade na política espacial

Foto: EPA/YOAN VALAT
Foto: EPA/YOAN VALAT

O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu hoje aos outros países europeus mais ambição e unidade na conceção da política espacial, para corrigir atrasos e erros cometidos nos últimos anos em comparação com outras grandes potências.

"A Europa falhou em algumas inflexões estratégicas" como os novos desenvolvimentos tecnológicos dos foguetes reutilizáveis ou o surgimento de operadores privados como o SpaceX ou o Blue Origin, que também utilizam fundos públicos, e ficou para trás na defesa espacial, disse o Presidente aos ministros europeus responsáveis pelo setor espacial.

Ao intervir numa reunião ministerial informal organizada em Toulouse (sul de França) no âmbito do semestre de presidência francesa do Conselho da União Europeia (UE), Emmanuel Macron acrescentou: "É preciso tirar as consequências" desta situação e, sobretudo, do facto de outros concorrentes "terem beneficiado das nossas divisões".

O Presidente recordou que o seu mandato como representante da UE em exercício defende acima de tudo o avanço da ideia de "soberania europeia".

E insistiu que "sem controlar espaço, não há soberania tecnológica", nem soberania industrial, científica ou estratégica, uma vez que o espaço é uma das novas áreas dos conflitos contemporâneos.

O responsável apelou a uma resposta de "urgência", mas também a longo prazo para o que chamou de "uma visão europeia da conquista do espaço".

Na área da exploração espacial e dos voos espaciais tripulados disse que, até ao próximo verão, deveria ser apresentado o que é possível fazer, para que na conferência ministerial da Agência Espacial Europeia (ESA), a realizar em Paris em novembro, se possa "concretizar essa visão".

A Europa não tem capacidade própria para enviar astronautas para o espaço e até agora fá-lo no âmbito da cooperação da Estação Espacial Internacional (ISS), na qual os russos e americanos em particular estão envolvidos, com uma duração prolongada até 2030.

Para Emmanuel Macron, os europeus devem examinar, com base no trabalho da ESA, quais são as suas ambições a longo prazo, em particular se devem embarcar numa exploração em cooperação ou sozinhos, para ir à Lua ou a Marte.

Também, até que ponto devem desenvolver os voos espaciais tripulados ou antes privilegiar a exploração de outros meios robotizados.

O Presidente defendeu como "uma proposta ambiciosa" o projeto apresentado na terça-feira pela Comissão Europeia para uma constelação de satélites em órbita baixa para garantir a conectividade dos países do "Velho Continente" sem depender do exterior.

Caso contrário significaria que "de um ponto de vista democrático e industrial, estaríamos numa situação inaceitável", em que teríamos de delegar a gestão de dados e as comunicações a outras potências que não funcionam de acordo com o direito europeu, avisou.

A cimeira europeia do espaço de Toulouse, organizada pela presidência francesa, junta os Estados-membros da Agência Espacial Europeia e da UE, incluindo Portugal.