AERAM reclama maior solidariedade para com os atletas madeirenses
A Associação de Esgrima da R.A.M. queixa-se de “falta de respeito institucional” por parte da Federação Portuguesa de Esgrima
Em causa estão provas organizadas “em cima do joelho”, que já levaram a que atletas madeirenses falhassem a sua comparência em provas a nível nacional. “A exemplo de outras no passado, tem havido dificuldade por parte da Federação Portuguesa de Esgrima em conseguir garantir a realização de provas”, explica o presidente da Direcção da Associação de Esgrima da Região Autónoma da Madeira (AERAM), Marco Freitas. Neste caso, está em causa a realização da prova masculina de equipas do Campeonato Nacional de Cadetes, que se realiza já este fim-de-semana, 19 e 20 de Fevereiro, em Torres Vedras.
Marco Freitas lembra a agravante da insularidade, na deslocação dos atletas madeirenses para este tipo de prova a nível nacional. Assevera que “a Madeira vai estar presente na prova”, que a Associação “vai fazer um esforço e vai enviar os atletas na mesma, confiando na realização da mesma”, contando para isso com o apoio da Direcção Regional de Desporto, que está solidária com a situação, pelo que seria "muito desagradável receber, no último minuto, a informação de que a prova não se realizará."
O presidente da direcção da AERAM sabe que “estão a ser feitos esforços por parte de todos para que a prova aconteça”, mas sendo que “são situações que têm vindo a acontecer há alguma tempo”, acredita que tal revela “alguma falta de respeito institucional pelo empenho dos atletas da Madeira.” Lembra, até, que algumas provas no passado não se teriam realizado sem a participação dos atletas regionais, designadamente a nível dos femininos.
Eu sei que a Federação, neste momento, está a fazer todo o esforço para que a prova aconteça e não a cancelar até à última hora, mas é sempre uma situação muito difícil, porque obriga-nos a tomar decisões ‘em cima do joelho’. As situações têm de estar garantidas mais cedo. Queremos uma maior solidariedade para com a Região nesse sentido. Nós entendemos que a Federação enfrenta também dificuldades financeiras, mas há que entender que uma coisa são os clubes que estão no continente e outra são os clubes da Madeira, que estão do outro lado do Atlântico, e isto tem de ser acautelado nas regras. Marco Freitas, presidente da direcção da AERAM
Marco Freitas revela que a AERAM conta com o apoio da Direcção Regional de Desporto neste assunto, que promete tentar ajudar a nível nacional. “Tive uma reunião com o Sr. Secretário da Educação, onde deixámos bem patente estas situações e, curiosamente, passadas duas semanas estamos a enfrentar uma nova”, elucida. Para que sejam alteradas as regras, e se acautele a pedida solidariedade para com os clubes insulares, é precisa a anuência dos clubes a nível nacional. “A Associação não tem representação nem voto na matéria, é só parceira e não conseguimos fazer pressão para resolver estas questões, é esta a dificuldade que temos enfrentado”, confessa.
A AERAM pretende enviar um grupo de 12 atletas para o Campeonato Nacional de Cadetes. Caso seja cancelada a prova de equipas, o número de atletas madeirenses a competir cai para metade. Ainda assim, o presidente da direcção da AERAM revela que, para este fim-de-semana, espera que todos os atletas madeirenses alcancem os objectivos da Associação em termos competitivos. Algo que tem, de resto, acontecido.
A verdade é que para as últimas provas em que participámos, a Associação define objectivos e eles têm sido cumpridos a 100%. Os atletas que vão apoiados pela Associação cumprem e ou chegam aos quartos de final (os quadros 8), ou atingem pódios. Marco Freitas, presidente da direcção da AERAM
A não participação em provas nacionais traz consequências graves para a AERAM, que “está a passar um momento difícil, a exemplo de outras Associações.” Foi já perdido um terço dos apoios concedidos, devido à ausência de participação em provas nacionais. Apoios que estão novamente comprometidos. “Se nós continuamos a estar impedidos de ir a provas nacionais o orçamento para o próximo ano vai continuar a diminuir”, queixa-se Marco Freitas.
Temos mais dois campeonatos este ano. Vamos passar a vida sempre assim? Marco Freitas, presidente da direcção da AERAM