A democracia não permite anti-democratas
A Assembleia da República está prestes a iniciar uma nova legislatura. Para um dos vice-presidentes foi indicado Pacheco de Amorim, do Chega.
Quem foi e é este indivíduo? Antigo dirigente político do MDLP, braço armado da extrema-direita criado em 1975 pelo general Spínola. Este movimento destruiu à bomba património, sedes de partidos de esquerda e deixou um rasto de sofrimento e sangue... Amorim foi responsabilizado criminalmente? Não! Aquele disse: «A nossa cor é a cor branca, a nossa raça é a caucasiana»(!). Ora, desde o relatório de 1952 da UNESCO, passou-se a considerar o conceito de raça como um erro científico. Conclui-se, que é racista. E bombista, até prova em contrário. Caso seja eleito é uma grosseira afronta ao sistema democrático. Não permitir a normalização democrática do Chega é um imperativo. Apresenta-se como um partido anti-sistema, mas quer as prebendas do sistema e vai queixar-se ao Tribunal Constitucional, se o deputado
Amorim não for eleito. Não é exigível a um democrata que possa votar numa pessoa que está contra a democracia. O PS, PCP, Livre e BE votarão contra a sua eleição. A bem do que resta da democracia portuguesa.
Vítor Colaço Santos