A arte de cultivar a distorção dos factos
Sob o título “A arte de cultivar a indiferença política” uma cronista habitual deste DN atribuiu ao PSD a culpa por apenas 38.000 dos 195.000 votos dos emigrantes terem sido considerados válidos. Prova antes de mais que a arte de mentir e deturpar os factos da qual António Costa (AC) é um exímio praticante está a fazer escola entre militantes e simpatizantes do PS. O PSD não concordou nem discordou em aceitar votos inválidos, o que o PSD fez foi apresentar o caso a quem de direito para aquilatar da legalidade ou ilegalidade desses votos que não cumpriam a lei no que concerne à cópia dos documentos de identificação dos respetivos votantes. Se o PSD não o tivesse feito estaríamos a esta hora perante mais um imbróglio legal, pois a aceitação desses votos que não cumpriam os requisitos legais para serem considerados válidos levaria à impugnação da votação. A obrigação de cumprir a lei impõe-se a todos os intervenientes no processo eleitoral e não cabe aos partidos adulterá-la por mais atas que assinem. Pode e deve questionar-se desde logo porque razão os responsáveis das mesas de voto nos círculos da emigração não cumpriram a lei separando os votos válidos que cumpriam os requisitos legais dos votos que teriam de ser considerados nulos por não cumprirem esses mesmos requisitos. Fosse por desconhecerem e/ou ignorarem as obrigações legais inerentes à votação ou pela falta de informação aos eleitores, quando muito poderão assacar-se responsabilidades ao governo do PS por negligência na preparação do processo eleitoral junto das comunidades emigrantes, tendo como resultado a maioria dos nossos emigrantes ver o seu legítimo direito de votar coarctado pela anulação dos votos. Parece que para o PS tudo isto é tão “normal” tal como a arte de cultivar a distorção dos factos. Já o PSD decidiu apresentar queixa ao MP para que seja investigado e esclarecido tudo o que de anormal se passou neste processo de votação dos nossos emigrantes.
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