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Manifesto pelo futuro

Não sei o que nos traz o futuro – ninguém sabe. Mas sei que se avizinham tempos difíceis. E sei que, não sendo nunca uma certeza, convém sempre ter na administração de um território - qualquer território – os mais capazes.

Encher um governo de “amigos” pode ser uma boa forma de manter o controlo do governo, e de permitir que se faça apenas o que, e como, se quer. Mas a maneira de promover o desenvolvimento do território sob sua responsabilidade é escolher, para cada função, a melhor pessoa para desenvolver esse cargo.

Será um governo menos controlado, mas muito mais eficaz, muito mais capaz de assegurar o desenvolvimento, e o crescimento, e a sustentabilidade, a criação de valor e a qualidade de vida. Um governo não centrado na sua eternização no poder, mas na satisfação das reais necessidades das populações.

Para o futuro da Madeira desejaria um governo capaz de reunir sinergias a nível interno, e de negociar soluções a nível externo. A chave sendo as palavras sinergias e negociações, em vez das habituais tricas e a busca de alibis e inimigos, quer dentro, quer fora da região.

Gostava muito que fosse implementado um plano de desenvolvimento estratégico para a região, exequível e realista, construído com e para os parceiros sociais e a população, e que em simultâneo fosse publicado um sistema de avaliação de desempenho deste próprio plano, com objectivos claramente enunciados, quantificáveis, e avaliáveis pelo comum dos cidadãos.

A implementação de um plano desta natureza, e do sistema de avaliação apenso, permitiria à população avaliar de forma objectiva o desempenho da administração escolhida em eleições, e fazer deste processo algo mais aberto e transparente, menos sujeito aos caprichos do momento e à demagogia, quer dos poderes vigentes há décadas, quer dos mais recentes arrivismos populistas.

Provavelmente utópico. Mas é a minha utopia.