Biden e Johnson antecipam "crise prolongada para a Rússia" em caso de invasão
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anteciparam uma "crise prolongada para a Rússia", em caso de invasão da Ucrânia.
Um ataque causaria danos "de longo alcance" a Moscovo e ao resto do mundo, segundo os dois líderes, informou um porta-voz de Downing Street, o gabinete oficial do chefe de governo britânico, após uma conversa entre os dois líderes.
Biden e Johnson estão ainda convencidos de que está aberta uma "janela" diplomática "crucial" para reduzir a tensão na Ucrânia.
"Os aliados ocidentais devem permanecer unidos diante das ameaças russas" e apoiar um "pacote de sanções significativo", caso o Kremlin lance um ataque ao território ucraniano, argumentaram.
Os dois líderes indicaram também que os países europeus devem reduzir a sua dependência de gás russo, uma medida que "mais do que qualquer outra, atingiria o centro dos interesses estratégicos da Rússia".
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Liz Truss, alertou hoje que o Governo britânico está "a preparar-se para o pior na Ucrânia" e acredita na possibilidade de um ataque "iminente", enquanto o primeiro-ministro disse que "algo pode acontecer nas próximas 48 horas".
Em Kiev, o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, decretou hoje um "dia de unidade" para a próxima quarta-feira, que, de acordo com a imprensa, seria a possível data de um ataque da Rússia.
"Disseram-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Faremos um dia de unidade", disse o chefe de Estado num discurso à nação, pedindo aos ucranianos para naquele dia exibirem a bandeira nacional -- azul e amarela.
Volodimir Zelenski também acusou os russos de "travar uma guerra" contra a Ucrânia "em todas as frentes" e de "procurar semear o pânico entre os ucranianos e os investidores".
"O nosso Estado está mais forte do que nunca" e "estamos a preparar respostas dignas a todos os ataques possíveis", assegurou o Presidente da Ucrânia.
Por seu lado, a Rússia continua a acusar Kiev de preparar uma ofensiva contra os separatistas pró-russos, apoiados pelo Kremlin, no leste da Ucrânia.