Microsoft alerta que não faz chamadas telefónicas não solicitadas
A Microsoft não é a autora de 'mails' nem de chamadas telefónicas não solicitadas que têm sido feitas recentemente por pessoas que se fazem passar por técnicos da tecnológica, e das quais a Lusa teve conhecimento.
"A Microsoft não envia mensagens de 'e-mail' nem realiza chamadas telefónicas não solicitadas para pedir informações pessoais ou financeiras", afirmou a Microsoft Portugal à Lusa quando questionada sobre o tema.
A tecnológica acrescenta que "não fornece também qualquer suporte técnico telefónico para reparação de dispositivos" e que "qualquer comunicação com a Microsoft tem de ser iniciada pelos utilizadores".
A Lusa teve conhecimento que nas últimas semanas houve pessoas que receberam chamadas de um indicativo da Alemanha, no qual os interlocutores fizeram-se passar por técnicos da Microsoft.
A Microsoft pede para que a denuncia destes esquemas fraudulentos em nome da empresa seja feito na página www.microsoft.com/reportascam.
A tecnológica dispõe de informação sobre o assunto na sua página em português sobre como as pessoas podem proteger-se contra esquemas fraudulentos de suporte técnico.
"Os esquemas de suporte técnico são um problema ao nível da indústria em que os esquemas fraudulentos utilizam táticas de espantalho para o levar a serviços de suporte técnico desnecessários para, supostamente, corrigir problemas de dispositivos ou 'software' que não existem", refere a tecnológica no 'site'.
"Na melhor das hipóteses, os autores de esquemas fraudulentos estão a tentar que lhes pague para 'resolver' um problema inexistente no seu dispositivo ou 'software'" e, "na pior das hipóteses, estão a tentar roubar as suas informações pessoais ou financeiras".
A Microsoft salienta que se permitir que acedam remotamente ao seu computador para efetuar essa alegada correção, na maior parte dos casos, os cibercriminosos irão instalar 'software' maligno, 'ransomware' ou outros programas indesejados que podem roubar as informações dos utilizadores ou danificar os dados e até mesmo os dispositivos.
Explica também como funcionam os esquemas fraudulentos de suporte técnico: os 'scammers' [que praticam atos fraudulentos] ligam diretamente para o telefone da pessoa e fazem-se passar por representantes da Microsoft.
"Até podem fazer 'spoof' [do termo 'spoofing', a técnica usada por 'hackers' para se passar por outra pessoa ou uma empresa legítima e roubar dados] da identificação do autor da chamada para apresentarem um número de telefone de suporte legítimo de uma empresa fidedigna", refere.
Neste esquema, provavelmente irão pedir para instalar aplicações que lhes dão acesso remoto ao dispositivo do utilizar e, através disso, "podem desapreciar mensagens normais do sistema como sinais de problemas".
Além disso, os autores deste tipo de esquemas fraudulentos "também poderão iniciar o contacto ao apresentarem mensagens de erro falsas em 'sites' que visita e que incluem números de suporte e o aliciam a telefonar" e "também podem colocar o seu 'browser' no modo de ecrã inteiro e apresentar mensagens de 'pop-up' que não desaparecerão, bloqueando aparentemente o seu 'browser'".
Estas mensagens de erro falsas "têm como objetivo assustá-lo ao chamar a sua 'linha de atalho de suporte técnico'", alerta a Microsoft.
Caso seja apresentada uma janela 'pop-up' ou mensagem de erro com um número de telefone", não realize chamadas para esse número, já que as mensagens de erro e aviso da Microsoft "nunca incluem um número de telefone".
O suporte técnico da Microsoft "nunca pedirá que pague o suporte sob a forma de criptomoeda, como Bitcoin ou cartões de oferta", refere a tecnológica.
A empresa recomenda que apenas seja transferido 'software' a partir de 'sites' parceiros Microsoft oficiais ou da Microsoft Store.
Na página eletrónica, a Microsoft também explica o que fazer se um 'scammer' de suporte técnico já tiver as suas informações.
Desde que o ano começou, Portugal tem sido alvo de vários ciberataques em vários setores, desde a Impresa, passando pela Vodafone Portugal, que afetou a rede e os seus quatro milhões de clientes, como também os laboratórios Germano de Sousa, entre outros.