Alojamento turístico registou 37,5 milhões de dormidas em 2021, o menor desde 2010 excluindo 2020
O setor do alojamento turístico registou, em 2021, 37,5 milhões de dormidas, acima de 2020, mas o menor número desde 2010 se for excluído o ano de 2020, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ainda no conjunto do ano de 2021 foram registados 14,5 milhões de hóspedes, mais 39,4% face a 2020, mas menos 46,4% face a 2019, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE.
Já os 37,5 milhões de dormidas significam mais 45,2% face a 2020 e menos 46,6% face a 2019. Afirma o INE que, "excluindo 2020, é preciso recuar a 2010, quando se registaram 37,4 milhões de dormidas, para se encontrar um número menor de dormidas".
Estes dados preliminares do ano de 2021 foram hoje divulgados pelo INE, segundo o qual "o contexto pandémico não afetou apenas o nível da atividade turística", tendo havido uma "distribuição mensal dos resultados diferente do padrão sazonal característico".
Em 2021, diz o INE que, "contrariamente ao habitual, não foram os meses de verão (julho a setembro), mas sim os meses de agosto a outubro que registaram maior número de dormidas (49,6% das dormidas totais)".
O rácio entre os meses com maior e com menor procura foi de 16,1, ou seja, em 2021 a ocupação (medida em número de dormidas) no mês de maior procura foi 16,1 vezes superior à verificada no mês de menor procura. Este rácio tinha sido de 38,2 em 2020 e 3,2 em 2019.
As regiões que apresentaram maiores taxas de sazonalidade (maior peso relativo dos três meses de maior procura relativamente ao total anual) foram Algarve, Açores e Madeira.
Quanto às receitas, os estabelecimentos de alojamento turístico obtiveram, em 2021, proveitos totais de 2,3 mil milhões de euros, mais 61,2% face a 2020 e menos 45,7% face a 2019. Destes, os proveitos de aposento (valor resultante das dormidas) fixaram-se em 1,8 mil milhões de euros, aumentando 62,8% em relação a 2020 e caindo 45,8% comparando com 2019.
Em 2021, as dormidas de residentes aumentaram 38,3% para 18,8 milhões, mas sendo este o valor mais baixo desde 2017 com exceção de 2020.
Já as dormidas de não residentes cresceram 52,9% em relação a 2020 para 18,7 milhões. Este é mesmo o valor mais baixo desde 1993, também com exceção de 2020.
Entre janeiro e dezembro de 2021, as dormidas de residentes representaram 50,2% do total, bem acima da proporção de 30,1% de 2019.
Em 2021, o município Lisboa registou 5,2 milhões de dormidas (13,8% do total nacional), mais 48,8% face a 2020 e menos 63,0% face a 2019. AS dormidas apenas de não residentes representaram 20,7% do total nacional.
As dormidas no município de Albufeira foram de 3,8 milhões em 2021 (representando 10,1% do total de Portugal), mais 34,7% face a 2020 e menos 55,7% face a 2019. As dormidas de não residentes representaram 50,7% do total, significativamente abaixo da dos 78,2% de 2019.
O Funchal registou 2,9 milhões de dormidas (7,7% do total), mais 78,7% face a 2020 e menos 42,7% do que em 2019. Já no município do Porto, foram registadas 1,9 milhões de dormidas (5,0% do total), mais 51,1% do que em 2020 e menos 59,0% do que em 2019.
Face a 2019, diz o INE que se registam quedas nas dormidas em todas as regiões o que se deve "principalmente devido às reduções dos não residentes, tendo-se, contudo, observado crescimentos das dormidas de residentes na Região Autónoma da Madeira (mais 19,2%) e no Algarve (mais 5,1%)".
Quanto aos dados apenas de dezembro passado, nesse mês foram registados 1,1 milhões de hóspedes e 2,6 milhões de dormidas, mais 150,0% e 170,4% face ao mesmo mês de 2020, mas menos do que em dezembro de 2019 (menos 28,9% nos hóspedes e menos 26,7% nas dormidas).
Em dezembro, o mercado interno contribuiu com 1,1 milhões de dormidas (mais 92,6% face a 2020) e os mercados externos com 1,5 milhões (mais 292,5% em relação a 2020). Face a dezembro de 2019, a queda é de 12,2% nas dormidas de residentes e de 34,9% nas dormidas de não residentes.
Quanto às receitas, os estabelecimentos de alojamento turístico conseguiram proveitos de 153,2 milhões de euros no total, dos quais 108,0 milhões de euros relativamente a aposento.
Comparando com dezembro de 2019, os proveitos totais caíram 25,4% e os relativos a aposento cederam 23,3%.
O rendimento médio por quarto disponível foi de 21,5 euros em dezembro (abaixo dos 30,3 euros em novembro) e o rendimento médio por quarto ocupado foi de 74,4 euros em dezembro (74,2 euros em novembro). Em dezembro de 2019, estes rendimentos foram de 27,8 euros e 72,8 euros, respetivamente.