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Acusações à Rússia são "especulação provocadora", diz Putin

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O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou as acusações contra a Rússia de uma invasão iminente da Ucrânia como uma "especulação provocadora" durante a conversa telefónica de hoje com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, segundo um comunicado do Kremlin.

"Vladimir Putin e Emmanuel Macron discutiram a situação relacionada a especulações provocadoras sobre uma suposta 'invasão russa' da Ucrânia, marcada por envios em larga escala de armamento moderno para este país", lê-se no comunicado da Presidência russa.

O Kremlin também considera que as acusações e o envio de armamento cria "as condições prévias para possíveis ações agressivas das forças ucranianas no Donbass", região no leste da Ucrânia onde a Rússia apoia separatistas armados há oito anos.

Putin voltou a queixar-se da recusa dos Estados Unidos e da NATO em aceitarem as "iniciativas russas" para redução da tensão, nomeadamente na garantia da segurança da Rússia renunciando a qualquer alargamento futuro da NATO, em particular para a Ucrânia, e retirando os meios militares da Aliança Atlântica da Europa Ocidental.

Na conversa com Macron, Putin também acusou Kiev de mais uma vez tentar perturbar o processo de paz na guerra no Donbass.

Segundo o comunicado do Kremlin, Macron e Putin pretendem continuar o diálogo franco-russo sobre este dossiê "ao mais alto nível".

Antes, em Paris, o Eliseu divulgou uma declaração sobre a conversa telefónica entre os dois chefes de Estado, na qual Macron avisou Putin de que um "diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na fronteira ucraniana.

A conversa realizou-se numa altura de agravamento da tensão sobre a Ucrânia, depois de os Estados Unidos da América (EUA) terem alertado, na sexta-feira, que a Rússia poderá invadir o país vizinho "a qualquer momento" nos próximos dias.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, também falou hoje com Vladimir Putin.

Macron já se tinha reunido com Putin em Moscovo, na segunda-feira, antes de viajar para Kiev, no dia seguinte para conversações com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A França exerce neste semestre a presidência rotativa da União Europeia (UE).

Já hoje, os chefes d diplomacia dos EUA, Antony Blinken, e da Rússia, Sergei Lavrov, conversaram por telefone sobre a crise, mas sem resultados práticos.

Blinken disse a Lavrov que a via do diálogo permanece aberta, mas exigiu uma desescalada a Moscovo, e o seu homólogo acusou Washington de propaganda ao falar numa invasão iminente da Ucrânia pela Rússia.

O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista no Donbass (leste ucraniano).

A Rússia nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).