Primeiro-ministro húngaro alerta para milhares de refugiados ucranianos em caso de guerra
O primeiro-ministro nacionalista húngaro alertou hoje que uma invasão russa da Ucrânia poderia provocar centenas de milhares de refugiados ucranianos em fuga, atravessando a fronteira para o seu país.
O líder populista de direita Viktor Orban, falando num discurso anual que este ano deu início à sua campanha política para as eleições legislativas da Hungria a 03 de abril, apelou a uma solução pacífica para as tensões crescentes na Europa que resultam dos receios de uma iminente invasão russa da Ucrânia.
Viktor Orban - um firme opositor de qualquer tipo de imigração - disse que era do maior interesse da Hungria "evitar a guerra", que, disse, causaria uma onda de refugiados ucranianos e uma perturbação da economia.
Ao mesmo tempo que insistia numa resolução das tensões através do diálogo, o primeiro-ministro húngaro disse que se opunha aos planos da União Europeia de sanções contra a Rússia - que juntou mais de 100.000 tropas ao longo das fronteiras da Ucrânia - como um fator dissuasor.
"Sanções, políticas punitivas" ou qualquer outro tipo de "arrogância por parte das grandes potências" estão fora de questão, disse.
Viktor Orban, que tem liderado a Hungria desde 2010, tem na Europa uma das relações mais estreitas com o Presidente russo, Vladimir Putin. Numa reunião com Vladimir Putin no Kremlin, na semana passada, pressionou para um aumento de carregamentos de gás da Rússia e elogiou a crescente cooperação do seu país com Moscovo nas áreas da energia, comércio e segurança.
Desde a anexação pela Rússia da ucraniana Península da Crimeia, em 2014, a Hungria de Viktor Orban tem-se oposto constantemente às sanções da União Europeia, ainda que sempre tenha votado a favor.
Hoje Viktor Orban disse também que a Ucrânia serve como uma zona tampão crucial entre a Hungria e a Rússia e que a sua "independência e viabilidade são, portanto, de interesse direto da Hungria".
Declarando que "a força militar da Europa deveria pelo menos ser comparável à da Rússia", o responsável disse que a Hungria apoia o desenvolvimento das capacidades militares europeias e de uma força de defesa europeia comum.
A Hungria recusou-se a aceitar reforços militares da NATO e dos Estados Unidos, que foram mobilizados em vários outros países da Europa de Leste em resposta ao aumento de tropas russas ao longo das fronteiras da Ucrânia, afirmando que as forças militares da Hungria são suficientes para proteger o país.