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Bolsonaro inicia visita oficial à Rússia na segunda-feira

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O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, confirmou hoje que inicia segunda-feira uma visita oficial à Rússia, onde se reunirá com o seu homólogo Vladimir Putin, apesar da crescente tensão que se regista na fronteira com a Ucrânia.

Embora vários especialistas e diplomatas tenham aconselhado a suspensão da viagem a Moscovo devido ao clima de tensão com a Ucrânia, o chefe de Estado brasileiro reiterou a importância da deslocação oficial a convite de Putin.

"Fui convidado pelo Presidente Putin. O Brasil depende muito dos fertilizantes russos. Levaremos também um grupo de ministros para tratar de outros assuntos que interessam aos nossos países, como a energia, a defesa e a agricultura", adiantou Bolsonaro nas suas redes sociais.

"Pedimos a Deus que a paz reine no mundo para o bem de todos nós", referiu ainda o Presidente do Brasil.

Na sexta-feira, o Governo do Brasil assinalou o trigésimo aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas com a Ucrânia.

"Desde que o Governo brasileiro reconheceu a independência da Ucrânia, em dezembro de 1991, Brasil e a Ucrânia têm mantido vários contactos de alto nível entre seus líderes", adiantou uma nota do Ministério das Relações Exteriores.

A atual crise começou com a concentração, ainda em 2021, de dezenas de milhares de tropas russas e armamento pesado perto das fronteiras da Ucrânia, quer do lado da Rússia como também da Bielorrússia, país aliado de Moscovo.

O Ocidente vê nessa concentração militar a intenção russa de invadir novamente a Ucrânia, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.

Ainda em 2014, separatistas pró-russos apoiados por Moscovo iniciaram uma guerra contra Kiev na região oriental do Donbass, que já provocou cerca de 14.000 mortos e 1,5 milhões de desalojados, segundo a ONU.

A Rússia nega qualquer intenção de invadir a Ucrânia nas suas movimentações militares, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.

Essas exigências incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997.

Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), incluindo Portugal, recusaram tais exigências.