Ciberataques, coligação e coesão em destaque no ‘Primeira Mão’
Três assuntos dominaram o 'Primeira Mão' da TSF desta semana, programa que junta Francisco Gomes, Liliana Rodrigues e Sara Madalena, que foi emitido ontem na rádio pelas 19h e que agora pode ouvir de novo.
O indicador de Sara Madalena
Sara Madalena deteve-se nos ciberataques de que estamos a ser vítimas no país e que colocam a nu as fragilidades da dependência de um mundo cada vez mais virtual. "Depender do telemóvel na ponta das falangetas para pagamentos, mensagens, emails, monitorização de cada passo (literalmente) que damos faz-nos pensar se não será boa ideia salvaguardar um pouco dos tempos analógicos e manter algum dinheiro, à moda antiga, nas carteiras e até em casa", referiu a advogada.
Sara Madalena também detectou que a Madeira está a ser visitada, ultimamente e a fazer crer nas notícias e naquilo que nós próprios observamos, "por uma nova espécie de turistas que abusam do consumo de bebidas alcoólicas e outras substâncias que resultam em comportamentos desviantes que nada abonam para a nossa imagem de destino turístico de excelência e, de resto, premiado".
O anelar de Francisco Gomes
Numa outra lógica de ataque, que também passa pelo mundo virtual, Francisco Gomes referiu que “é cada vez maior o número de vozes que, dentro do PSD-Madeira, convidam o partido para uma reflexão mais aprofundada sobre a coligação eleitoral já anunciada pelas lideranças centrista e social-democrata para as próximas eleições". Na óptica de vários militantes laranja - alguns dos quais assumem ou já assumiram posições de destaque dentro do partido - não é líquido que a aliança com o CDS-Madeira seja politicamente benéfica, traga vantagens claras do ponto de vista de votos ou esteja perfeitamente enquadrada nos interesses estratégicos do PSD-Madeira.
Francisco Gomes admite que há a hipótese do número de pessoas que partilham esta visão crescer, o que, a prazo, pode levar o líder do PSD-Madeira a assumir que uma coligação eleitoral não é possível, pois não existe apoio das bases para esse efeito. Caso isso aconteça, "pode bem o PSD-Madeira remeter qualquer coligação entre os partidos para depois das eleições ou até limitar o seu relacionamento com o CDS-Madeira para um cenário de acordos parlamentares pontuais, caso o resultado da contagem assim o exija, ou seja, caso o PSD-Madeira não obtenha uma maioria absoluta.”
De uma maneira ou outra, e a julgar por tudo o que tem vindo a público desde as eleições legislativas nacionais, não acredita que uma coligação entre o PSD-Madeira e o CDS-Madeira seja um dado adquirido. "É óbvio que, em nome da estabilidade do atual governo, esse cenário não é admitido publicamente, mas, em privado, o raciocínio que está a ser feito, principalmente da parte do PSD-Madeira, é outro e vai no sentido de auscultar os militantes, tomar o pulso ao ambiente político da Região e, a tempo, tomar uma decisão final. Esta postura é acertada, é sensata e é também um convite ao CDS-Madeira para refletir sobre o cenário hipotético de ter de enfrentar o julgamento do eleitorado sem qualquer entendimento eleitoral prévio com os sociais-democratas. A acontecer, esta situação pode ser mais preocupante para o CDS-Madeira do que para o PSD-Madeira.
O polegar de Liliana Rodrigues
Sobre situações preocupantes, Liliana Rodrigues destacou o relatório sobre a coesão na União Europeia que serve para avaliar a evolução a longo prazo das disparidades regionais, mas também aborda brevemente os efeitos dramáticos a curto prazo da pandemia de COVID-19. Está escrito que “a pandemia provocou a maior recessão desde 1945, afetando especialmente os setores que dependem da interação pessoal, como o turismo, e alterou drasticamente os empregos, as escolas e as interações sociais; por sua vez, as restrições de viagem tiveram um impacto desproporcionado nas zonas fronteiriças”.
A pandemia tem tido um impacto assimétrico nas regiões da UE, devido à existência de diferentes capacidades, restrições e estruturas económicas regionais no domínio dos cuidados de saúde. “A COVID-19 já aumentou a mortalidade na UE em 13 %, mas, até à data, o impacto é mais elevado nas regiões menos desenvolvidas, onde a mortalidade aumentou 17 % 2.”, refere o relatório.
No entanto, as disparidades em matéria de saúde têm vindo a diminuir. Na última década, a esperança de vida aumentou mais rapidamente nas regiões menos desenvolvidas do que noutras regiões. No entanto, a esperança de vida é ainda baixa em muitas das regiões de leste em comparação com a média da UE.