Presidente do Brasil condena nazismo após polémica criada por influenciador no país
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, expressou a sua "rejeição permanente e total ao nazismo", após uma polémica criada por um influenciador que disse ser a favor da criação de um partido nazi em nome da liberdade de expressão.
"A ideologia nazista deve ser total e permanentemente rejeitada, sem concessões que lhe permitam prosperar", escreveu o chefe de Estado brasileiro em sua conta na rede social Twitter na noite de quarta-feira.
Bolsonaro também expressou a sua rejeição de "qualquer outra ideologia totalitária que coloque em risco os direitos fundamentais dos povos e indivíduos, seu direito à vida e sua liberdade".
"Somos um povo maravilhoso e acolhedor. Nas famílias brasileiras há mais diversidade do que em qualquer outra nação do mundo. O Brasil nunca será um terreno fértil para o totalitarismo porque o amor à liberdade corre em nossas veias", assegurou Bolsonaro.
O Presidente brasileiro não mencionou diretamente o influenciador Bruno Aiub, conhecido como Monark, alvo de uma onda de repúdio após apoiar a legalização de um partido nazi no país numa entrevista com dois parlamentares e cujos comentários levaram à abertura de uma investigação por suposta apologia ao nazismo.
"Acho que deveria haver um partido nazista reconhecido por lei", disse Monark no programa Flow Podcast, um dos mais ouvidos do país, com 3,6 milhões de assinantes no YouTube e um milhão no Twitch.
"Se alguém quer ser antijudaico, acho que tem o direito de ser", acrescentou o influenciador em outro momento.
Muitas associações, instituições e figuras políticas judaicas condenaram essas declarações.
Monark, que se desculpou no dia seguinte e disse que estava "totalmente bêbado" durante a transmissão, pode enfrentar uma pena de cinco anos de prisão por apologia ao nazismo, segundo o Ministério Público de São Paulo.
Em abril de 2019, logo após chegar ao poder, Jair Bolsonaro fez comentários polémicos sobre o nazismo, dizendo durante uma visita oficial a Israel que se tratava de um movimento "de esquerda", por causa do termo "socialista" em nome do Partido Nacional Socialista alemão.
Em janeiro de 2020, o ex-secretário de Cultura do Governo brasileiro, Roberto Alvim, renunciou após causar um escândalo com um discurso parafraseando comentários do chefe de propaganda nazi, Joseph Goebbels.
Outra polémica mais recente sobre o assunto data de julho passado, quando Jair Bolsonaro recebeu em Brasília a deputada alemã Beatrix von Storch, neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, ex-ministro da Fazenda de Hitler.